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De acordo com o economista Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central, os cortes na taxa de juros da economia brasileira terminaram.
Tony Volpon, economista e ex-diretor do Banco Central informou que pelo o menos por enquanto, os cortes na taxa de juros da economia brasileira chegaram ao fim. Para Volpon, há uma piora nas expectativas inflacionárias e maior pessimismo na comunicação da autoridade monetária.
“Me parece que a única decisão coerente é realmente deixar a taxa Selic inalterada”, reforçou Volpon.
De acordo com o economista, a ata da última decisão do Copom do Banco Central indicou que a divergência entre os diretores foi motivada pelo guidance anterior, que sugeria um corte de 0,5 p.p, mas acabou sendo de apenas 0,25 p.p.
“As expectativas, que estavam sendo até esse momento sendo descritas como parcialmente ancoradas, agora são descritas como desancoradas”, disse Volpon.
Volpon afirmou que o cenário vem passando por uma deterioração, e como não há mais guidance, as maiores chances são de que a Selic siga no mesmo patamar. O economista ainda reforçou que, como nenhum membro da diretoria teria manifestado até o momento uma visão alternativa ao entendimento mais pessimista, tudo indica que os juros devem ser mantidos a partir de agora.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e o aumento das incertezas fizeram o BC diminuir o ritmo do corte de juros, que vinham sendo de 0,5 ponto percentual, para 0,25 ponto.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
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