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Dólar dispara e se aproxima de R$4,90 após inesperado corte na Selic

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O real perde apelo após corte na Selic, estimulando a valorização do dólar; instabilidade externa também influencia.

A moeda americana, o dólar, experimentou um salto expressivo, chegando próximo ao valor de R$ 4,90, depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu o mercado ao cortar a Selic em 0,50 ponto percentual.

Esta ação resultou em uma perda de atractividade para o real, devido à diminuição do diferencial de juros com os Estados Unidos, onde a taxa básica pode continuar a subir, o que poderia desestimular o fluxo de investimentos estrangeiros. Embora a redução da taxa de juros possa incentivar a entrada de recursos na renda variável, o impacto imediato foi uma forte desvalorização da moeda brasileira.

A situação foi ainda agravada pelo aumento da aversão ao risco no cenário internacional.

Cenário de incerteza externa contribui para a desvalorização do real

O mercado financeiro brasileiro sofreu um revés significativo na última quarta-feira, quando o dólar à vista teve uma forte alta, encostando em R$ 4,90. Este movimento foi uma resposta direta ao surpreendente corte de 0,50 ponto percentual na Selic promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom), medida que ultrapassou as expectativas do mercado.

O real perdeu atratividade diante da redução do diferencial de juros com os Estados Unidos, onde as taxas podem continuar a subir. Isto, potencialmente, poderia diminuir o fluxo de capital estrangeiro direcionado ao Brasil. Por outro lado, a queda na taxa de juros poderia, teoricamente, incentivar a entrada de recursos para a renda variável, beneficiando o real.

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No entanto, o impacto imediato desta medida foi uma acentuada desvalorização da moeda brasileira. Este efeito foi ainda intensificado pelo aumento da aversão ao risco no cenário global. Outro fator que pesou na valorização do dólar foi a baixa nos preços internacionais de commodities agrícolas importantes para a economia brasileira, o que estimulou a busca por proteção na moeda americana.

A situação se refletiu na moeda à vista, que fechou com uma alta de 1,94%, cotada a R$ 4,8987, após oscilar entre R$ 4,8423 e R$ 4,9002. Às 17h12, o dólar futuro para setembro registrava uma alta de 1,82%, cotado a R$ 4,9245. Enquanto isso, o índice DXY caía 0,09%, a 102,502 pontos.

Mercados reagem a incertezas internacionais e decisões de política monetária

Um clima de cautela dominou o mercado financeiro nesta quinta-feira, particularmente em Nova Iorque, à medida que os investidores aguardavam o anúncio do payroll que ocorrerá na sexta-feira.

Este ambiente de expectativa se refletiu nas principais bolsas em Wall Street, que fecharam em leve queda: o índice Dow Jones caiu 0,19%, fechando aos 35.215,89 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 0,25%, para 4.501,89 pontos. O Nasdaq, por sua vez, sofreu uma queda de 0,10%, fechando a 13.959,72 pontos.

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Nos mercados de títulos, os retornos dos Treasuries mostraram-se inconsistentes. O rendimento do T-bond de 30 anos subiu para 4,300%, a partir de 4,1773% na quarta-feira, enquanto o rendimento da T-note de 2 anos caiu para 4,887%, ante 4,891%.

Simultaneamente, no Brasil, o dia foi marcado pela volatilidade no mercado de ações, com o Ibovespa reagindo inicialmente de forma positiva à surpreendente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a Selic em 0,50 ponto percentual. No entanto, essa reação não se sustentou, e o índice acabou fechando em queda de 0,23%, aos 120.585,77 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 27 bilhões.

Contratos de DI exibem comportamento misto, influenciados por decisões do Copom e tensões de mercado

Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) tiveram um desempenho misto, com os contratos mais curtos seguindo um tom mais “dovish” após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), enquanto os de médio prazo registraram uma leve alta e os de longo prazo apresentaram uma pressão maior, em sintonia com os juros dos Treasuries de longo prazo que atingiram seus níveis mais altos em nove meses na véspera do anúncio do payroll.

Mesmo com o Banco Central indicando claramente em seu comunicado que todos os membros do Copom acreditam que o corte de meio ponto percentual na Selic deve ser mantido na próxima reunião em setembro, o mercado questionou essa visão e precifica uma chance de 40% de um afrouxamento monetário mais agressivo de 0,75 pontos percentuais.

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O Santander sugeriu que o BC pode estar disposto a aceitar uma convergência mais lenta da inflação ao centro da meta de 3%.

O Itaú, por sua vez, reduziu sua projeção para a Selic deste ano de 12,00% para 11,75% e aguarda a ata do Copom na próxima terça-feira para ponderar alterações adicionais e mais significativas em seu cenário.

No fechamento do mercado, o contrato de DI para janeiro de 2024 recuou, mas fechou na alta de 12,480% (contra 12,636% na véspera); janeiro de 2025 caiu para 10,505% (de 10,668%); e janeiro de 2026 ultrapassou os dois dígitos, chegando a 9,985% (de 10,041%). Enquanto isso, os contratos para janeiro de 2027 subiram para 10,135% (de 10,083%); janeiro de 2029 para 10,610% (de 10,455%); e janeiro de 2031 para 10,850% (de 10,668%).


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