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O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (13) em alta frente ao real, com os investidores atentos às negociações sobre os cortes nos gastos públicos e ao desempenho da moeda norte-americana no mercado externo. A divisa dos Estados Unidos terminou o dia cotada a R$5,7895, registrando uma valorização de 0,31% frente ao real. Durante a sessão, o dólar chegou a alcançar a marca de R$5,8177, um avanço de 0,80%. As informações são da Reuters.
O movimento também seguiu a tendência observada no exterior. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas globais, subiu 0,46%, fechando aos 106,483 pontos. Esse fortalecimento da moeda norte-americana é reflexo, em parte, de dados econômicos recentes nos Estados Unidos, que alimentaram as expectativas do mercado quanto a possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Expectativa pelo anúncio de cortes no Brasil
No cenário doméstico, o mercado segue atento ao andamento das reuniões da equipe econômica do governo, que estão focadas na redução dos gastos públicos. O objetivo é garantir o cumprimento das metas fiscais previstas pelo arcabouço fiscal, anunciado no ano passado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância das medidas, mas afirmou que ainda não há certeza sobre a viabilidade do anúncio nesta semana.
“Hoje nós temos uma reunião com o presidente, mas eu não sei se há tempo hábil [para o anúncio]”, disse Haddad aos jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda. Apesar da incerteza quanto ao timing, o ministro ressaltou que o impacto fiscal do pacote de medidas será expressivo e que o conceito por trás das ações é a sustentabilidade fiscal no longo prazo.
“Mais do que o número, que é expressivo, mais do que o número, que na opinião da Fazenda reforça o nosso compromisso de manter as regras fiscais estabelecidas desde o ano passado, mais do que isso é o conceito que utilizamos para fazer prevalecer a ideia de que todas as rubricas devem, na medida do possível, ser incorporadas à visão geral do arcabouço”.
completou o ministro.
Dados dos EUA e política monetária
Em relação ao cenário externo, novos dados econômicos dos Estados Unidos trouxeram repercussões significativas sobre a moeda norte-americana. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de outubro registrou uma alta de 0,2% na comparação mensal, com um avanço de 2,6% no acumulado anual. Já o núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, aumentou 0,3% no mês e chegou a 3,3% na variação anual. Esses números vieram dentro das expectativas do mercado e reforçaram a perspectiva de que o Federal Reserve pode reduzir as taxas de juros na reunião de dezembro.
De acordo com as últimas negociações, a probabilidade de um corte de 25 pontos-base nos juros do Fed aumentou significativamente, alcançando 82,3%. No dia anterior, essa probabilidade era de 58,7%. O movimento reflete a expectativa de que a inflação nos Estados Unidos esteja controlada, o que poderia abrir espaço para o Fed adotar uma postura mais dovish, priorizando o crescimento econômico.
Expectativa de inflação e política fiscal nos EUA
Além dos dados de inflação, a moeda americana também se fortaleceu em relação a seus pares globais devido à perspectiva de políticas monetárias mais apertadas nos Estados Unidos. Analistas observam que as promessas de Donald Trump, incluindo tarifas e cortes de impostos, podem gerar um efeito inflacionário, o que sustentaria a alta dos juros no país.
A expectativa de juros elevados favorece os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, conhecidos como Treasuries, que, por sua vez, impulsionam a demanda pelo dólar. Essa dinâmica contribui para a valorização da moeda norte-americana, especialmente contra moedas de países emergentes, como o real.
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