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O projeto Drex, desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, promete uma transformação significativa no setor financeiro ao introduzir a tokenização como parte de sua infraestrutura. Segundo Fabio Araujo, coordenador da iniciativa, a moeda digital do Banco Central tem o potencial de modernizar e automatizar processos, simplificando a compra de títulos públicos e substituindo a atual plataforma do Tesouro Direto. Essa tecnologia visa facilitar o acesso dos investidores a esses produtos, além de promover a liquidação instantânea das transações.
Em uma declaração recente, Araujo destacou que, no Brasil, o investimento em caderneta de poupança ainda é uma das opções mais populares entre os cidadãos. Além disso, as apostas online e as criptomoedas também aparecem como escolhas frequentes, enquanto produtos mais seguros e rentáveis, como títulos públicos, CDBs, LCIs, LCAs, debêntures e fundos DI, são menos explorados pela população.
Araujo acredita que um dos principais motivos para essa baixa adesão a investimentos mais seguros é a falta de educação financeira combinada com a complexidade do processo de investimento. Produtos como os títulos públicos, que oferecem uma rentabilidade mais estável, são menos atrativos para o pequeno investidor, devido ao processo burocrático envolvido, o que inclui a necessidade de abrir conta em corretoras e lidar com uma série de etapas não intuitivas.
Simplificação das transações com o Drex
O grande diferencial do Drex é sua capacidade de simplificar e automatizar a compra e venda de títulos públicos por meio de contratos inteligentes. A ideia é que a transação seja tão rápida e fácil quanto fazer uma transferência por Pix. Com isso, o investidor poderia adquirir esses ativos diretamente, sem precisar lidar com intermediários financeiros ou enfrentar processos burocráticos.
Araujo comparou o modelo a um marketplace, onde os investidores poderão negociar títulos públicos de forma mais ágil e transparente. Nesse sistema, os usuários poderão anunciar a venda dos títulos, realizar leilões e negociar diretamente com outros compradores. Toda essa operação ocorreria dentro de aplicativos bancários, eliminando a necessidade de passar por corretoras. Além disso, a verificação dos ativos seria garantida por agentes financeiros, enquanto a tecnologia blockchain e contratos inteligentes automatizariam as etapas do processo.
Além de facilitar a compra de títulos, o Drex permitirá a criação de um mercado secundário, onde investidores poderão vender os títulos que possuem ou utilizá-los como garantia em operações de crédito. Essa possibilidade deve aumentar a liquidez dos títulos e oferecer novas oportunidades para os investidores que desejam uma maior flexibilidade em seus portfólios.
Impactos no Tesouro Direto e no sistema financeiro
A introdução do Drex também pode significar o fim da plataforma atual do Tesouro Direto, que há anos permite a compra de títulos públicos pelo pequeno investidor. Segundo Araujo, o uso da tecnologia de Distributed Ledger Technology (DLT) e de contratos inteligentes reorganizará o papel dos intermediários financeiros, tornando o processo mais acessível e direto. Com isso, os investidores terão mais autonomia e controle sobre suas transações, enquanto as operações ganharão agilidade e segurança.
A implementação do Drex, no entanto, dependerá de regulamentações que permitam o uso dessa nova tecnologia no sistema financeiro brasileiro. As novas regras deverão garantir que o modelo seja compatível com as normas e práticas financeiras atuais, sem comprometer a segurança e a integridade do mercado. O coordenador da iniciativa reforçou que o sucesso do Drex dependerá de uma transição regulatória adequada, que permita a integração da tecnologia sem prejudicar os participantes do mercado.
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