Crédito fácil

A nova estratégia de Lula para aquecer a economia às vésperas da eleição

Medida pode destravar até R$ 37,5 bilhões via poupança, mas levanta críticas por contrariar esforço do BC em conter a inflação.

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  • Novo crédito imobiliário pode injetar até R$ 37,5 bilhões na economia em 2025.
  • Banco Central teme inflação com liberação de compulsório em pleno ciclo de juros altos.
  • Caixa e bancos privados terão fôlego extra para habitação e crédito livre.

O governo Lula vai lançar nesta sexta-feira (10) um novo programa de crédito imobiliário lastreado na poupança, capaz de destravar pelo menos R$ 20 bilhões imediatos na economia.

A medida, costurada pelo Banco Central, Fazenda e Caixa, deve entrar em vigor ainda em 2025 e promete estimular financiamentos habitacionais com juros menores, mas também gera críticas por elevar pressões inflacionárias às vésperas da eleição.

Como funcionará o novo modelo

O sistema cria uma regra de compensação. Para cada real concedido em financiamento imobiliário, os bancos terão acesso ao mesmo valor da poupança para uso livre durante cinco anos. Se não renovarem o crédito, perdem a autorização.

Nos testes, que seguem até 2026, os bancos poderão usar 5 pontos percentuais do compulsório para a nova dinâmica. Isso significa reduzir o recolhimento obrigatório de 20% para 15%.

De acordo com cálculos oficiais, a mudança pode liberar de R$ 20 bilhões a R$ 37,5 bilhões já em 2025, estimulando a concessão de crédito livre e financiamentos habitacionais.

Impactos sobre a economia e o Banco Central

O programa pode dobrar a exigência de crédito habitacional, saltando de R$ 90 bilhões para R$ 200 bilhões em dois anos. O Planalto acredita que isso impulsionará consumo e setor de construção.

Mas o Banco Central alerta para riscos. Com a Selic em 15% ao ano, a prioridade era frear a inflação. A liberação de crédito extra pode enfraquecer esse esforço e reacender a alta dos preços.

Economistas lembram que a decisão ocorre em um ambiente de pressão fiscal e incertezas eleitorais, o que amplia a percepção de risco no mercado.

O papel dos bancos e da Caixa

A Caixa deve ser a principal beneficiada, já que esgotou o espaço para novos financiamentos e terá alívio imediato.

Bancos privados também devem aderir, usando os recursos liberados para ampliar operações em setores mais lucrativos e, ao mesmo tempo, reduzir taxas do crédito imobiliário.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve aprovar a resolução nos próximos dias. Técnicos do BC já preparam os ajustes para que o modelo entre em vigor imediatamente.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.