
- O BNDES lançou a maior chamada pública de fundos da sua história com foco em projetos sustentáveis.
- A iniciativa prevê aporte de R$ 5 bilhões do banco e expectativa de atrair até R$ 13 bilhões em capital privado.
- Os interessados podem cadastrar as propostas até outubro, e a organização divulgará o resultado em janeiro de 2026.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a investir em renda variável após uma década, anunciando um novo programa de fundos voltados para projetos sustentáveis. A iniciativa, batizada de “Chamada de Clima”, marca uma guinada estratégica e sinaliza maior protagonismo estatal em setores ligados à transição energética e preservação ambiental.
Com previsão de movimentar até R$ 18 bilhões, a operação terá R$ 5 bilhões aportados diretamente pelo banco, funcionando como um catalisador para atrair investidores privados e estrangeiros. O objetivo é alavancar recursos para financiar projetos de descarbonização, infraestrutura de adaptação climática, reflorestamento e soluções tecnológicas voltadas à agricultura sustentável.
Estrutura do edital e foco ambiental
O edital prevê a seleção de fundos de equity e fundos de crédito, com critérios voltados à mitigação climática e recuperação de ecossistemas. Serão aceitos veículos já existentes ou criados exclusivamente para a iniciativa.
Assim, o BNDES deverá aportar até R$ 4 bilhões em até cinco fundos de equity, e até R$ 1 bilhão em dois fundos de crédito, sempre em parceria com investidores privados.

Desse modo, na modalidade de Apoio à Transformação Ecológica, os recursos poderão ser destinados a projetos de descarbonização industrial, tecnologias agrícolas e transição energética. Já a modalidade de Apoio a Soluções Baseadas na Natureza contemplará reflorestamento, preservação de ecossistemas e manejo sustentável.
Papel estratégico do BNDES
De acordo com o presidente Aloizio Mercadante, a chamada representa a maior ação já realizada pelo banco nesse formato. O dirigente reforçou que o BNDES atuará como investidor-âncora, incentivando o ingresso de investidores privados em setores considerados vitais para o futuro da economia verde no país.
Além disso, Mercadante destacou ainda que a medida vai além da agenda climática, pois também fortalece o mercado de capitais brasileiro.
Portanto, o banco espera que a iniciativa reforce sua carteira de fundos e amplie o alcance de projetos estruturantes para o desenvolvimento sustentável.
Condições de participação e expectativas
Nos fundos de equity, a participação máxima da BNDESpar será de 25% do capital, com limite de até R$ 1 bilhão por fundo em transformação ecológica e R$ 500 milhões em soluções baseadas na natureza. Já nos fundos de crédito, o banco poderá deter até 50% do capital, limitado a R$ 500 milhões por fundo.
Ademais, o prazo para cadastramento de propostas vai até 20 de outubro deste ano, e o resultado está previsto para janeiro de 2026.
Por fim, com o anúncio, a expectativa é de grande procura, principalmente de investidores internacionais atentos à pauta climática. A atual carteira da BNDESpar já soma R$ 8,4 bilhões em fundos, que, somados a aportes privados, alcançam cerca de R$ 36 bilhões.