Crescimento travado

BC joga balde de água fria: PIB menor e juros nas alturas até 2026

Banco Central corta projeções de crescimento, mantém Selic em 15% e abre divergência com Fazenda e mercado sobre o futuro da economia.

Bairro dos jardins em sao paulo
Bairro dos jardins em sao paulo
  • BC corta previsão do PIB para 2,0% em 2025 e 1,5% em 2026
  • Selic deve permanecer em 15% por período prolongado
  • Diferença entre Fazenda e BC aumenta incerteza no mercado

O Banco Central reduziu a estimativa de crescimento do PIB em 2025 para 2,0%, abaixo dos 2,1% calculados em junho. Para 2026, a previsão caiu para 1,5%, sinal de que a economia pode desacelerar mais do que o esperado.

Enquanto isso, a Fazenda prevê alta de 2,3% em 2025 e 2,4% em 2026. Já o mercado, de acordo com o Relatório Focus, projeta expansão de 2,16% no próximo ano e 1,80% no seguinte. A diferença expõe um cenário de incerteza sobre o crescimento econômico no médio prazo.

Selic segue firme

O BC manteve o tom duro já visto na ata do Copom. Segundo a instituição, a Selic deve permanecer em 15% por um período bastante prolongado. O objetivo é assegurar que a inflação convirja para a meta oficial.

Na prática, isso encarece o crédito, freia os investimentos e reduz o consumo. Para economistas, os juros altos seguram a inflação, mas cobram o preço de um crescimento econômico mais fraco, principalmente em 2026.

Esse cenário reforça o dilema do governo: estimular a economia sem perder o controle da inflação. A política monetária restritiva pode travar setores sensíveis ao crédito, como a construção civil e o consumo de bens duráveis.

Governo x BC

A diferença entre as projeções do BC e as do Ministério da Fazenda deixa claro o embate sobre o ritmo de crescimento econômico. Enquanto a equipe de Fernando Haddad busca transmitir confiança, o BC adota cautela.

Analistas lembram que esse choque de visões pode afetar a percepção de investidores estrangeiros, atentos ao equilíbrio entre política fiscal e política monetária. Além disso, o ambiente internacional incerto exige ainda mais prudência.

Com isso, o recado do Banco Central se mantém firme: a prioridade é a inflação, mesmo que o preço seja um PIB menor nos próximos anos.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.