
- Selic deve permanecer em 15% até 2025, com cortes graduais a partir de 2026
- IPCA 2025 recua de 4,70% para 4,56%, marcando 5ª semana seguida de queda
- Dólar ajusta para R$ 5,41, enquanto PIB de 2025 recua levemente para 2,16%
As projeções do Boletim Focus indicam que a inflação no Brasil deve desacelerar pelo 5º levantamento consecutivo, com o IPCA de 2025 caindo de 4,70% para 4,56%. O cenário sugere maior previsibilidade para a política monetária do país.
O dólar também teve ajuste para baixo, passando de R$ 5,45 para R$ 5,41, enquanto a estimativa para o PIB de 2025 recuou de 2,17% para 2,16%. Apesar da desaceleração da inflação, o mercado projeta juros elevados até 2026.
Inflação e Selic
Para 2026, a projeção do IPCA caiu de 4,27% para 4,20%, enquanto para 2027 e 2028 as estimativas recuaram levemente para 3,82% e 3,54%, respectivamente. A taxa Selic deve permanecer em 15% em 2025, com expectativa de cortes graduais a partir de 2026, chegando a 12,25%, e 10,5% em 2027.
Segundo o economista Maykon Douglas, a desaceleração recente se deve a serviços subjacentes com alta menor que o esperado e deflação na energia elétrica. A redução do preço da gasolina pela Petrobras também contribui para o recuo do IPCA.
Apesar da inflação corrente mais benigna, o Copom deve manter os juros elevados até que a desaceleração se consolide, o que indica cortes somente a partir de março de 2026.
Câmbio e crescimento
O dólar deve encerrar 2025 em R$ 5,41, com estabilidade nos próximos anos. Para 2026, a projeção é de R$ 5,50, mantendo-se controlada até 2028.
O PIB deve crescer 2,16% em 2025, sustentado pelo consumo das famílias e recuperação industrial. Em 2026, a expectativa é de 1,78%, e para 2027 e 2028, 1,81% e 2%, respectivamente.
O mercado observa cautela, já que juros elevados e endividamento restringem crédito e investimento.
Perspectiva fiscal e cenário externo
O relatório Focus projeta déficit primário de -0,5% do PIB em 2025, com dívida líquida chegando a 65,8% do PIB, crescendo gradualmente até 2028.
Apesar disso, o otimismo vem da arrecadação favorecida pelo consumo e exportações.
O ambiente internacional também influencia as expectativas. A valorização global do dólar e a desaceleração do comércio afetam emergentes, mas o diferencial de juros brasileiro sustenta o real.
A balança comercial deve fechar 2025 com saldo positivo de US$ 62 bilhões, enquanto a conta corrente terá déficit de US$ 70,8 bilhões.