Perdendo força

Brasil decepciona: geração de empregos despenca em agosto e mercado acende alerta vermelho

Caged mostra abertura de 147,3 mil postos, bem abaixo das projeções do mercado e sinal de alerta para a economia.

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  • Brasil abriu 147,3 mil vagas em agosto, pior resultado para o mês desde 2020
  • Número veio abaixo das projeções do mercado, que esperava até 220 mil novas vagas
  • Setor de serviços liderou, mas agropecuária fechou postos e mostrou fraqueza na retomada

O mercado de trabalho brasileiro perdeu força em agosto, registrando a criação líquida de 147.358 vagas com carteira assinada, segundo o Caged. O resultado foi o pior para o mês desde 2020 e frustrou as expectativas dos analistas.

As estimativas do mercado apontavam para a abertura de até 220 mil vagas, mas o número veio bem abaixo, ampliando as dúvidas sobre a capacidade de recuperação da economia no segundo semestre.

Vagas abaixo das projeções

O levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego mostrou que foram registradas 2.239.895 admissões contra 2.092.537 desligamentos em agosto. O saldo ficou abaixo do mesmo período de 2024, quando foram abertas 239.069 vagas.

No acumulado do ano até agosto, o país somou 1,5 milhão de novas vagas formais, mas a desaceleração no ritmo preocupa. Isso porque o desempenho sugere descompasso entre contratações e demissões, especialmente em setores ligados à produção e ao consumo.

A média salarial de admissão subiu levemente para R$ 2.295,01, enquanto os desligamentos ocorreram com remuneração média de R$ 2.380,08, sinalizando que trabalhadores com salários mais altos continuam perdendo espaço.

Setores em destaque

Quatro dos cinco setores da economia registraram saldo positivo em agosto. O setor de serviços liderou com 81.002 novas vagas, seguido por comércio (32.612), indústria (19.098) e construção civil (17.328).

A exceção foi a agropecuária, que eliminou 2.665 postos de trabalho, refletindo sazonalidade e pressões sobre o setor.

No acumulado de 2025, todos os setores seguem positivos, com destaque para serviços, que já criaram 773.385 empregos formais.

Regiões e modalidades

No recorte regional, o Sudeste abriu 63.698 vagas, seguido por Nordeste (55.344), Norte (12.084), Centro-Oeste (11.529) e Sul (4.746). Todas as regiões acumulam resultado positivo no ano, mas em ritmo mais fraco que em 2024.

Além disso, o país gerou 36.731 postos intermitentes, de aprendizes, temporários e contratos de até 30 horas em agosto. Esse tipo de vínculo cresce em meio ao esforço das empresas para conter custos de folha.

A leitura dos dados indica que o mercado de trabalho se mantém positivo, mas perde vigor, justamente em um momento em que a economia exige maior tração.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.