
- Copom manteve a Selic em 15%, reforçando a necessidade de cautela.
- Inflação segue desancorada, com projeções de 4,8% (2025), 4,3% (2026) e 3,4% (1º tri 2027).
- Mercado reage misto, com juros altos pesando no crédito e setores exportadores mais favorecidos.
O Copom decidiu manter a Selic em 15%, como já era esperado pelo mercado. A manutenção confirma o tom adotado em julho, quando o Banco Central havia avisado que a política monetária precisaria ficar “significativamente contracionista por período bastante prolongado”.
Na prática, o recado é claro: a inflação segue pressionada, mesmo com sinais de desaceleração da atividade. O comunicado destaca que as expectativas continuam acima da meta, com projeções de 4,8% em 2025 e 4,3% em 2026, segundo o Focus. Para o 1º tri de 2027, o Copom estima inflação em 3,4%, ainda acima do centro da meta de 3%.
Inflação no centro das atenções
O BC reforçou que o cenário interno continua desafiador, com atividade resiliente, mercado de trabalho aquecido e inflação de serviços resistente.
Além disso, as tensões externas, como a política econômica dos EUA e a imposição de novas tarifas, ampliam a incerteza.
Entre os riscos de alta para a inflação, o Copom cita a desancoragem prolongada das expectativas, a maior resiliência da inflação de serviços e choques cambiais. Já os riscos de baixa envolvem uma desaceleração mais forte da atividade, queda global mais acentuada e recuo de commodities.
O que muda para os mercados
Para analistas, a manutenção do juro em nível historicamente alto mantém a Bolsa brasileira atrativa frente ao exterior, já que o diferencial de taxas em relação aos EUA segue elevado.
No entanto, bancos, varejistas e construtoras continuam sob pressão, pois o custo do crédito segue proibitivo.
No mercado de renda fixa, prefixados e papéis indexados à inflação tendem a ganhar mais destaque, enquanto na renda variável setores ligados a commodities e exportações podem continuar sendo os preferidos dos investidores.