
- Caixa lucra R$ 3,7 bi no 2º tri e soma R$ 8,9 bi no semestre.
- Carteira de crédito cresce 10,1% em um ano, com destaque para imóveis.
- Inadimplência sobe a 2,66% e pode pressionar resultados futuros.
A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido recorrente de R$ 3,7 bilhões no 2º trimestre de 2025, um avanço de 12% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi puxado pela expansão da margem financeira, que subiu 5,7% no período, alcançando R$ 16,4 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre, o banco somou R$ 8,9 bilhões de lucro, crescimento expressivo de 44,9% frente ao mesmo intervalo do ano anterior. O resultado reforça a força da instituição, mas vem acompanhado de sinais de risco.
Carteira de crédito em expansão
A carteira de crédito da Caixa alcançou R$ 1,294 trilhão em junho de 2025, alta de 10,1% em 12 meses. O crédito imobiliário, carro-chefe do banco, avançou 11,7% no período e sustentou o resultado operacional.
Esse crescimento ocorre em um cenário de juros elevados, mostrando resiliência da demanda por financiamentos, sobretudo habitacionais. Ainda assim, analistas alertam que o ritmo acelerado de concessões pode pressionar os índices de qualidade da carteira.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente também apresentou melhora: 11,86%, alta de 2,32 pontos percentuais em relação ao 2º trimestre de 2024.
Sinal de alerta com inadimplência
Apesar do avanço no lucro, a inadimplência subiu. O índice chegou a 2,66%, 0,46 ponto percentual acima do mesmo período do ano passado. A elevação indica maior dificuldade de pagamento em um ambiente de crédito ainda caro.
O movimento pode pressionar as provisões do banco nos próximos trimestres, principalmente em linhas mais sensíveis, como crédito pessoal e consignado.
Mesmo assim, o nível ainda é inferior ao de outros grandes bancos, o que mantém a Caixa em posição relativamente confortável.
Pressão do cenário econômico
O desempenho positivo da Caixa reflete o aumento das receitas de intermediação financeira, que cresceram 29,9%. Porém, o resultado precisa ser analisado diante de um cenário desafiador: juros elevados, inflação persistente e mercado de trabalho sob pressão.
Esses fatores podem limitar o fôlego da expansão do crédito e reforçar a necessidade de gestão de riscos. Para analistas, o banco terá de equilibrar o avanço da carteira com o aumento da inadimplência para manter a rentabilidade em alta.
Ainda assim, o balanço mostra que a Caixa segue como um dos protagonistas do sistema financeiro brasileiro, especialmente no crédito imobiliário e programas sociais.