
A escalada da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos pode deixar um rastro de desemprego e desindustrialização no país. A fabricante de armamentos Taurus, uma das principais exportadoras do setor, anunciou que poderá encerrar suas operações no Brasil e transferir sua produção para os Estados Unidos caso o tarifaço de 50 pontos percentuais anunciado pelo governo Trump seja realmente implementado.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28) e repercutiu fortemente entre trabalhadores, investidores e autoridades. A empresa já possui uma fábrica em Bainbridge, no estado americano da Geórgia, e avalia agora expandir essa operação, esvaziando sua base histórica em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
“Com esse nível de tarifa, não temos como manter a competitividade. Precisaremos tomar medidas drásticas”, disse uma fonte ligada à Taurus em condição de anonimato.
Queda nas exportações pode tornar operação brasileira inviável
Hoje, cerca de 85% da receita da Taurus vem das exportações, sendo os Estados Unidos o maior mercado da companhia. Com uma tarifa de 50% sobre seus produtos, o preço final para os consumidores americanos subiria drasticamente, abrindo espaço para concorrentes e comprometendo toda a estratégia de crescimento internacional da fabricante.
Além disso, a empresa não vislumbra outro destino com tamanho potencial de compra no curto prazo, o que agrava ainda mais a situação. A solução, segundo o site especializado que revelou a informação, seria realocar a produção para dentro do próprio mercado americano, eliminando o impacto tarifário.
A planta da Taurus em São Leopoldo emprega diretamente cerca de 2.000 trabalhadores, mas o efeito dominó em toda a cadeia de fornecedores e no comércio local pode afetar até 15 mil empregos diretos e indiretos. Líderes sindicais já alertaram para o risco de uma tragédia social caso a decisão seja confirmada.
Vídeo expõe riscos de desindustrialização em massa
Um vídeo publicado no canal da Brasil Paralelo mostra os bastidores da crise. Nele, analistas alertam para uma possível onda de fechamento de fábricas brasileiras caso os EUA mantenham sua postura agressiva contra produtos nacionais. O conteúdo destaca que o movimento não se restringe ao setor de armas e pode afetar alimentos, calçados, aço e produtos químicos.
Especialistas entrevistados no vídeo ressaltam que a ameaça de tarifas não é isolada: ela se insere em um contexto mais amplo de enfraquecimento da indústria nacional, alimentado pela alta carga tributária, insegurança jurídica e falta de previsibilidade política. O resultado, segundo eles, pode ser um novo ciclo de desindustrialização acelerada, semelhante ao que ocorreu com setores como o têxtil e o eletrônico nas últimas décadas.
Governo tenta acalmar, mas empresas se preparam para o pior
Enquanto isso, o governo Lula não conseguiu uma solução diplomática. O Itamaraty não conseguiu contato direto com autoridades americanas. Nos bastidores, o Planalto já admite que as negociações com Trump estão travadas, e que o Brasil pode acabar sendo o principal prejudicado pela nova onda protecionista dos EUA.
A Taurus, por sua vez, já acionou seu conselho de administração para montar planos de contingência. Se a transferência da operação for aprovada, a migração para os EUA pode começar ainda neste semestre. A empresa destacou que priorizará “a sustentabilidade do negócio e a preservação do relacionamento com clientes internacionais”.
Resumo em 3 tópicos:
- Tarifa ameaça indústria nacional: Taurus pode transferir fábrica para os EUA após tarifa de 50% anunciada por Trump, afetando até 15 mil empregos no Brasil.
- Exportações em risco: Com 85% da receita vinda do exterior, empresa pode perder competitividade caso produto fique mais caro no mercado americano.
- Efeito dominó: Vídeo revela risco de desindustrialização em massa no Brasil, enquanto governo Lula busca saída diplomática sem sucesso visível.