Crédito caro

"Consignado de Lula" tem juros mais altos, alta inadimplência e falhas operacionais graves

Programa lançado pelo governo para ampliar o acesso a crédito mais barato virou motivo de alerta entre bancos e trabalhadores, com falhas operacionais e juros acima da média.

Credito

O programa de empréstimo consignado para trabalhadores do setor privado, conhecido como “consignado de Lula”, está se tornando um novo foco de preocupação no mercado de crédito. Criado para oferecer empréstimos com desconto em folha a juros menores, o plano acabou produzindo o efeito oposto: as taxas dispararam e a inadimplência já é quase cinco vezes maior que a média do sistema financeiro.

Lançado com a promessa de democratizar o crédito para motoristas de aplicativo, domésticos e trabalhadores CLT, o projeto enfrenta falhas de operação e pouca adesão dos grandes bancos, o que elevou o risco da carteira e, consequentemente, o custo dos empréstimos.

Consignado CLT tem juros mais altos que o prometido

De acordo com dados recentes, a taxa média do consignado privado subiu para 3,79% ao mês, praticamente o dobro da cobrada em operações semelhantes para servidores públicos e aposentados, que giram em torno de 1,8% ao mês. Ou seja, a promessa de crédito barato virou uma armadilha de juros elevados.

Especialistas explicam que o principal motivo é a baixa participação de bancos grandes, que ainda veem riscos altos no sistema de repasse das parcelas. Fintechs e instituições de menor porte dominam cerca de um terço das operações e acabam aplicando taxas mais altas para compensar possíveis perdas.

Além disso, o aumento da inadimplência elevou o custo de financiamento, forçando os bancos a repassar esse risco ao consumidor.

Inadimplência fora de controle

Segundo levantamento da Bloomberg Línea, a inadimplência no novo consignado privado já atinge 16%, número considerado alarmante pelo mercado. Falhas operacionais, como descontos em folha que não chegam aos bancos corretos ou são enviados a instituições erradas, têm agravado a situação.

Para comparação, a inadimplência média no sistema bancário é de 3,9%, segundo o Banco Central. Ou seja, o novo programa tem um índice quatro vezes maior que o padrão nacional.

Com isso, o risco percebido pelos credores aumentou, e a reação natural foi elevar os juros e reduzir a oferta de crédito, o que ameaça o objetivo inicial do programa.

Governo tenta conter danos

O governo Lula apostava no consignado privado como vitrine social e ferramenta de estímulo econômico, prometendo alcançar até 50 milhões de trabalhadores com empréstimos acessíveis. Porém, as falhas no sistema e os juros altos criaram desgaste político.

Fontes do Ministério da Fazenda afirmam que a expectativa é de melhora gradual conforme o sistema de integração com as folhas de pagamento privadas se consolide e os grandes bancos passem a operar com mais intensidade. Mas, até lá, a percepção do mercado é de desconfiança.

Enquanto o governo tenta corrigir as falhas, a imagem de crédito barato virou símbolo de dívida cara. A ironia é que, em vez de aliviar o bolso dos trabalhadores, o “consignado de Lula” acabou aumentando o peso do endividamento em plena desaceleração da economia.

Principais pontos:

  • Juros do consignado privado já superam 3,7% ao mês, o dobro do setor público.
  • Inadimplência chega a 16%, por falhas no repasse e problemas operacionais.
  • Governo enfrenta desgaste político com o programa que prometia crédito barato, mas encareceu o endividamento.
Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.