Livre e direcionado

Crédito dispara a R$ 6,7 tri e pressiona empresas, famílias e investidores; entenda os riscos

Avanço do endividamento mostra fôlego das famílias, mas acende alerta para companhias e para a dinâmica do mercado financeiro.

Crédito: Depositphotos.
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  • Estoque de crédito subiu 0,5% em agosto, para R$ 6,757 trilhões.
  • Famílias puxaram a alta, com crescimento de 0,7%, enquanto empresas avançaram apenas 0,2%.
  • Concessões totais caíram 1,9%, puxadas por queda no crédito livre, apesar da alta no crédito direcionado.

O estoque de crédito do sistema financeiro cresceu 0,5% em agosto, alcançando R$ 6,757 trilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central (BC). Em 12 meses, a alta foi de 10,1%.

O movimento foi sustentado principalmente pelas famílias, cujo saldo subiu 0,7%, para R$ 4,210 trilhões. Já o crédito para empresas avançou 0,2%, somando R$ 2,548 trilhões.

Crédito livre e direcionado

No recorte por modalidade, o crédito livre teve expansão de 0,3%, chegando a R$ 3,882 trilhões.

Enquanto o crédito direcionado cresceu 0,8%, para R$ 2,875 trilhões. Em 12 meses, os avanços foram de 8,8% e 12,1%, respectivamente.

Desse modo, na série dessazonalizada, que corrige distorções do calendário, o volume de novos empréstimos e financiamentos caiu 0,2% em agosto, para R$ 633,2 bilhões, após ter atingido R$ 634,7 bilhões em julho.

Famílias aceleram, empresas recuam

Para as pessoas físicas, houve alta de 1,5% nas concessões em relação a julho, passando de R$ 347,9 bilhões para R$ 353,2 bilhões.

Já para as pessoas jurídicas, houve queda de 2,3%, com o volume caindo de R$ 287,3 bilhões para R$ 280,6 bilhões.

Portanto, o resultado mostra que, mesmo com juros ainda elevados, as famílias seguem contratando mais crédito, enquanto empresas se mostram mais cautelosas na tomada de novos financiamentos.

Queda nas concessões totais

Considerando os dados sem ajuste sazonal, as concessões totais caíram 1,9% em agosto, para R$ 633,8 bilhões. Ademais, no crédito com recursos livres, houve retração de 3,3%, somando R$ 555,6 bilhões.

Já as operações com recursos direcionados subiram 9,4%, alcançando R$ 78,2 bilhões no mês.

Por fim, para clientes corporativos, o estoque de crédito registrou leve alta de 0,2%, totalizando R$ 2,548 trilhões.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.