
- Legumes, carnes e ovos ficaram mais baratos em agosto, com quedas de até 6,7%.
- Maior oferta interna puxou preços para baixo, após tarifaço dos EUA reduzir exportações.
- Café continua disparando, acumulando alta de 37,6% desde dezembro.
O carrinho de compras do brasileiro ficou um pouco mais leve em agosto. Produtos básicos como legumes, ovos e carnes tiveram queda de preços, ajudando a aliviar o bolso das famílias em meio ao cenário de inflação controlada.
Segundo levantamento da Neogrid, a redução está ligada à maior oferta interna de alimentos, consequência direta do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras.
Alívio no carrinho de compras
A categoria de legumes puxou a queda, com recuo de 6,7% nos preços. Condições climáticas favoráveis e a maior disponibilidade interna ajudaram a derrubar os valores.
Entre as proteínas, a carne bovina caiu 3,4%, com o preço médio do quilo passando de R$ 38,07 para R$ 36,77, enquanto a carne suína recuou 3% no período. Já os ovos ficaram 4% mais baratos, consolidando o alívio no orçamento das famílias.
O tarifaço de 50% de Donald Trump sobre exportações brasileiras reduziu a saída de produtos para os EUA, o que aumentou a oferta no mercado interno e pressionou os preços para baixo.
Expectativa para os próximos meses
Para especialistas, a tendência é de que os preços sigam mais estáveis, refletindo um cenário de inflação sob controle. Anna Carolina Fercher, da Neogrid, avalia que fatores como safra, logística e câmbio ainda podem influenciar os preços.
Mesmo assim, a avaliação é que o efeito imediato foi positivo para o consumidor, sobretudo diante do peso da alimentação no orçamento familiar.
Esse movimento reforça como medidas externas, ainda que negativas para exportadores, podem gerar efeitos inesperados dentro do país, beneficiando a população no curto prazo.
Nem tudo ficou mais barato
Apesar do alívio em itens básicos, outros produtos de consumo diário registraram alta em agosto. Margarina (+1,7%), óleo de soja (+1,6%), sal (+1,6%) e cerveja (+1,2%) ficaram mais caros.
O destaque, no entanto, continua sendo o café, que acumula alta de 37,6% desde dezembro de 2024, passando de R$ 53,58 para R$ 73,75 por quilo. Ademais, na comparação anual, também subiram margarina (6,3%), creme dental (5,7%) e pão (2,1%).
Por fim, enquanto alguns itens básicos aliviariam o carrinho, outros continuam pressionando o bolso, mostrando que a batalha contra a alta do custo de vida segue em curso.