
- Inflação subjacente segue elevada, complicando o ciclo de cortes do Fed.
- Mercado de trabalho ainda forte reduz margem para flexibilização mais agressiva.
- Mercados já precificam corte em 29/10, mas cenários de cortes adicionais perderam força.
O Federal Reserve (Fed) caminha para um corte de 0,25 ponto percentual, contudo sinais recentes de inflação elevam a cautela dentro do banco central.
Além disso, o mercado de trabalho nos EUA segue resiliente, o que reduz o espaço para cortes mais agressivos sem risco para a credibilidade da autoridade monetária.
Inflação desafia a folga
Os dados mais recentes mostram que a inflação subjacente, especialmente serviços sem habitação continua acima do alvo.
Como mostram os gráficos da Bloomberg, o CPI anual está estável, enquanto o supercore dos serviços ronda níveis que ainda preocupam o Fed.
Assim, a rigidez do núcleo dificulta um ciclo de cortes amplo, porque o banco central precisa ver desaceleração clara antes de reduzir a taxa de forma sustentada.
Mercado de trabalho complica
As vagas criadas por mês caíram em relação ao pico, porém o desemprego permanece baixo.
O gráfico de emprego indica média de cerca de 29 mil vagas nos últimos meses e taxa de desemprego próxima de 4,3%.
Logo, esse cenário mantém a inflação pressionada via demanda salarial e limita o apetite por novos cortes entre formuladores de política.
Reação do mercado e próximos passos
As apostas por um corte de 0,25 p.p. na reunião de 29/10 seguem altas, segundo o CME FedWatch, mas a probabilidade de cortes adicionais recuou.
Em reação, os rendimentos dos Treasuries subiram e o dólar ganhou força frente a moedas emergentes.
Portanto, o Fed terá foco total em dados de inflação e emprego até a reunião; a comunicação de Powell e a posição dos presidentes regionais serão decisivas.