
- PIB do Brasil deve crescer 2,4% em 2025, segundo o FMI.
- Previsão para 2026 recua de 2,1% para 1,9%, com alerta para desaceleração.
- FMI vê alta da dívida pública e pressões fiscais no médio prazo.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou para cima a estimativa de crescimento do PIB brasileiro em 2025, passando de 2,3% para 2,4%. A atualização consta no Relatório de Perspectiva Econômica Global, divulgado nesta terça-feira (14), e reflete o bom desempenho do país no primeiro semestre.
Entretanto, o fundo alertou que 2026 deve ser mais desafiador. A projeção de crescimento foi reduzida de 2,1% para 1,9%, sinalizando moderação na atividade econômica em meio a uma política fiscal e monetária ainda restritiva.
Alta em 2025 e cenário mais contido adiante
A elevação na projeção de 2025 está alinhada ao otimismo do FMI com o desempenho recente da economia brasileira, impulsionado por safra agrícola recorde e exportações robustas. Esses fatores ajudaram a compensar os efeitos de juros elevados e da demanda interna moderada.
Mesmo assim, o relatório reforça que o crescimento esperado para 2025 ainda é modesto quando comparado a outros países emergentes. A média projetada para essas economias é de 4,2%, quase o dobro do avanço esperado para o Brasil.
Além disso, o fundo destacou que o país enfrenta limites fiscais e pressões externas que podem conter a expansão no médio prazo, especialmente com o aumento das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, atualmente em 50%.
Previsão revisada para 2026
Para 2026, a expectativa do FMI é de crescimento menor, com o PIB subindo apenas 1,9%. O recuo de 0,2 ponto percentual em relação à previsão anterior indica perda de fôlego da economia após o ciclo positivo de 2025.
O relatório aponta que o ajuste fiscal e a política monetária cautelosa devem restringir o consumo e os investimentos no período. Mesmo com perspectivas de juros mais baixos, o espaço para estímulos econômicos segue limitado.
Na comparação internacional, o FMI observa que o Brasil ainda deve crescer menos que o governo projeta. Desse modo, o Executivo prevê avanço de 2,3% em 2025 e 2,4% em 2026, estimativas mais otimistas do que as do organismo global.
Atenção à dívida pública e riscos externos
Outro ponto de destaque é o aumento da dívida pública brasileira em relação ao PIB. O FMI incluiu o país na lista de economias que devem registrar elevação expressiva, ao lado de China, França e Estados Unidos.
A tendência reflete saldos primários negativos e dificuldade em ampliar o espaço fiscal, cenário que limita investimentos e pode afetar a credibilidade do ajuste. Ademais, o relatório ressalta que, sem reformas estruturais, o Brasil pode enfrentar pressão crescente nas contas públicas.
Além do fator interno, o documento destaca o risco de condições externas mais adversas. Portanto, a combinação de inflação persistente nos EUA, tarifas elevadas e menor apetite global por risco tende a dificultar o acesso a capital e reduzir o impulso do comércio internacional.