
O governo Lula anunciou que vai investir R$ 1,6 bilhão na criação de uma plataforma digital de arrecadação considerada até 150 vezes maior que o Pix. A ideia é transformar a forma como o brasileiro paga tributos, integrando de imediato a cobrança de impostos federais, estaduais e municipais.
Batizado informalmente de “Pix dos impostos”, o sistema está programado para começar a operar em 2026, mas a plena implementação só deve ocorrer em 2032, quando todos os tributos forem migrados para o novo modelo.
Sistema 150 vezes maior que o Pix
A Receita Federal pretende construir um sistema capaz de processar cerca de 70 bilhões de documentos por ano, um volume imensamente superior ao do Pix. Esse mecanismo vai centralizar e automatizar a cobrança do CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços, federal) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços, estadual e municipal).
Com a novidade, cinco tributos atuais — PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS — serão substituídos, facilitando a vida de empresas e consumidores. A promessa é de simplificação e eficiência, mas também de maior controle sobre todas as transações.
Arrecadação em tempo real
Um dos pontos centrais será o chamado split payment: no momento em que o consumidor paga a compra, o sistema dividirá automaticamente o valor dos impostos entre União, estados e municípios. Assim, não haverá mais necessidade de intermediários ou repasses manuais.
Esse modelo permitirá maior transparência e reduzirá brechas para sonegação, mas também vai exigir adaptação imediata dos contribuintes e das empresas ao novo padrão.
Cashback para famílias de baixa renda
Outra promessa é a implementação de um sistema de devolução automática de parte dos tributos para famílias de baixa renda. Esse cashback tributário tem como objetivo reduzir a desigualdade, compensando o impacto do imposto sobre o consumo no orçamento das camadas mais pobres.
Especialistas destacam, no entanto, que o sucesso dessa iniciativa dependerá da integração eficiente entre Receita, estados e municípios, além da segurança cibernética do sistema.
Transição até 2032
Embora a operação esteja prevista para 2026, o processo de transição será gradual. Apenas em 2032 todos os tributos antigos estarão totalmente substituídos, e o novo sistema operará de forma plena.
Até lá, empresas e consumidores terão de conviver com modelos híbridos, adaptando-se à nova lógica de arrecadação e à tecnologia que sustentará a base da reforma tributária.
Pontos principais
- Governo vai investir R$ 1,6 bilhão em novo sistema digital de impostos
- Plataforma será 150 vezes maior que o Pix e começará a funcionar em 2026
- Modelo terá cashback para baixa renda e transição completa até 2032