
- O governo vai lançar o programa Carro Sustentável com corte de IPI para carros 1.0 flex com baixa emissão.
- Modelos como HB20, Kwid, Argo e Onix devem ser contemplados, mas carros turbo e elétricos ficarão de fora.
- A medida valerá até dezembro de 2026 e poderá beneficiar consumidores e empresas com isenção de imposto.
O governo federal prepara mais um pacote de estímulo à indústria automotiva nacional. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o novo programa batizado de Carro Sustentável pretende reduzir o IPI de veículos zero km com motor 1.0 flex e baixa emissão de poluentes. A medida mira modelos nacionais e deve vigorar até o fim de 2026, em plena reta final do atual mandato presidencial.
Imposto menor só para carros populares com baixa emissão
A proposta do Carro Sustentável é clara: baratear o carro zero quilômetro para o consumidor, mas com critérios bem definidos. Para se enquadrar, o veículo precisa ser nacional, ter motor 1.0 flex com até 90 cavalos de potência e emitir no máximo 83 gramas de CO² por quilômetro rodado.
Além disso, o governo pretende exigir que os modelos atendam a requisitos de “reciclabilidade” — ou seja, devem ter um projeto que favoreça o reaproveitamento de peças e materiais. Esse último critério, no entanto, ainda está sendo formatado tecnicamente pelos ministérios envolvidos.
Na prática, o benefício exclui vários modelos desejados. Carros com motorização turbo, mesmo que tenham baixo consumo, não entrarão na lista. Veículos importados e eletrificados também ficarão de fora, o que já vem gerando críticas de parte do setor.
Modelos que podem receber o incentivo
Mesmo com as restrições, uma lista relevante de veículos se encaixa nos critérios definidos pelo governo. Modelos como Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Volkswagen Polo Track, Fiat Argo e Renault Kwid são alguns dos que deverão se beneficiar do corte no IPI. Todos possuem versões 1.0 flex que atendem aos limites de potência e emissões estipulados.
A isenção ou redução no imposto deve funcionar nos moldes do programa do “carro popular” lançado em 2023, quando o governo concedeu incentivos por decreto, com duração limitada. Naquela ocasião, os descontos chegaram a até R$ 8 mil, ajudando a movimentar o mercado de carros de entrada.
Agora, com a proximidade das eleições de 2026, a nova medida pode ter impacto duplo: aquecer a economia e agradar consumidores que sonham com um carro zero mais acessível.
Empresas e pessoas físicas poderão aproveitar
Segundo as informações divulgadas, tanto pessoas físicas quanto empresas poderão usufruir da redução do IPI nos modelos contemplados. Isso significa que locadoras, motoristas de aplicativo, microempreendedores e frotistas também se beneficiarão do programa.
Ainda não foi divulgado o percentual exato de corte no imposto, mas a expectativa é que os descontos possam tornar modelos de entrada mais competitivos frente aos usados, que tiveram forte valorização nos últimos anos.
O governo acredita que a medida estimulará não apenas a venda de carros, mas também a renovação da frota nacional — uma das mais antigas da América Latina. Com mais veículos novos nas ruas, a tendência é reduzir emissões e aumentar a segurança no trânsito.
Caminho político e impacto econômico
O Carro Sustentável também terá um peso político relevante. A medida estará em vigor até dezembro de 2026, o que coincide com o ano eleitoral. Isso pode reforçar o discurso de compromisso do governo com a indústria nacional e o consumidor de baixa renda.
Por outro lado, a exclusão de modelos turbo e elétricos pode gerar desconforto entre montadoras que investem em eficiência energética com outras tecnologias. Há, inclusive, quem critique a falta de foco em veículos mais modernos.
Apesar disso, o plano já movimenta os bastidores da indústria. Montadoras estão revendo estratégias de produção para garantir que versões específicas dos seus carros se enquadrem nas exigências do programa.