Novo panorama

Hotéis lotados no Brasil disparam alerta de investidores: é hora de apostar no setor?

Taxa de ocupação e preço médio das diárias batem recorde; estudo aponta cenário inédito para hotelaria e atrai aportes de grandes players.

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  • RevPAR cresceu 19,7% e diárias subiram 17,8% em 2025
  • Cap rate da hotelaria já supera retornos de prédios corporativos
  • Turismo corporativo e agenda de eventos impulsionam ocupação e preços

Os hotéis brasileiros nunca tiveram tantos quartos ocupados nem diárias tão caras como agora. O setor de hospitalidade, que sofreu forte queda durante a pandemia, vive em 2025 uma recuperação que chama a atenção de analistas e investidores.

Segundo um levantamento da CBRE, a receita média por quarto disponível (RevPAR) avançou 19,7% em um ano, enquanto a diária média (ADR) cresceu 17,8% no mesmo período. Para fundos e casas de investimento, os números mostram que a hotelaria virou um novo ponto de atenção no mercado de real estate.

Investidores miram a hotelaria

Com os dados da CBRE em mãos, executivos e fundos estão revisando suas estratégias. JHSF, BTG e CVPar já aumentaram os cheques para o setor, que apresenta retornos acima de outros segmentos imobiliários.

Hoje, há hotéis operando com cap rate de 11%, percentual bem acima dos 7% vistos em edifícios corporativos. Ademais, para analistas esse diferencial de retorno coloca a hotelaria entre as apostas mais promissoras da década.

“O que estamos vendo é inédito. Nunca houve tantas inaugurações nas capitais com taxas tão altas de ocupação”, afirma Paulo Mancio, diretor-executivo de hospitality da CBRE.

São Paulo puxa o ritmo

A região Sudeste é a principal força por trás da recuperação da hotelaria. Em São Paulo, o preço médio da diária (ADR) chegou a R$ 599,60 em 2025, alta de 13,3% em relação ao ano passado. O RevPAR avançou 11,4%, alcançando R$ 385,30.

Além disso, até pouco tempo atrás, diárias acima de R$ 2,5 mil eram raras no Brasil. Hoje, tornaram-se comuns em empreendimentos de luxo, mostrando a evolução do mercado e a disposição do público em pagar mais por hospedagem diferenciada.

Portanto, o turismo corporativo é o grande motor dessa demanda, com calendários de eventos lotando os hotéis ao longo do ano. Para os especialistas, isso cria uma previsibilidade inédita na receita do setor.

Lazer e eventos fortalecem tendência

O lazer também contribui para o aquecimento do mercado. Eventos de grande porte, como a Parada LGBT+ em São Paulo e o Todo Mundo no Rio, movimentam as capitais e elevam os preços das diárias.

“As grandes cidades do mundo já entenderam que uma agenda estruturada de eventos é vital para a economia. No Brasil, essa visão começa a se consolidar”, afirma Mancio.

Por fim, com hotéis e restaurantes lotados nessas ocasiões, o impacto positivo se espalha por toda a cadeia de serviços. Por isso, a CBRE passará a divulgar o estudo trimestralmente, oferecendo aos investidores dados estratégicos sobre a performance da hotelaria.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.