
- IBC-Br caiu 0,53% em julho, terceira queda seguida.
- Todos os setores recuaram, reforçando a perda de tração.
- PIB do 3º trimestre deve vir mais fraco, segundo analistas.
O IBC-Br caiu 0,53% em julho na comparação dessazonalizada com junho, segundo o Banco Central. O resultado veio pior que a mediana das projeções, que apontava contração de 0,30%, e marcou a terceira queda consecutiva.
O dado, considerado uma prévia do PIB, reforça que a economia brasileira perdeu tração no meio do ano, em meio à desaceleração de serviços, recuo da agropecuária e nova contração na indústria.
Queda disseminada entre setores
A indústria recuou 1,07% em julho, ampliando sinais de fraqueza que já vinham de meses anteriores.
Assim, a agropecuária teve retração de 0,81%, devolvendo parte dos ganhos da supersafra.
Já os serviços caíram 0,19%, enquanto os impostos sobre produtos encolheram 0,69%, mostrando que a queda foi generalizada.
Comparação anual mostra perda de ritmo
Na comparação com julho de 2024, o IBC-Br ainda subiu 1,15%.
Apesar disso, o avanço interanual tem mostrado desaceleração: em maio foi de 3,6% e em junho de 1,3%.
Desse modo, esse movimento reforça que, mesmo no horizonte de 12 meses, a atividade econômica segue em moderação.
Impacto no PIB do 3º trimestre
Analistas apontam que o PIB deve ser mais fraco no terceiro trimestre.
Além disso, segundo Leonardo Costa, do ASA, a agropecuária tende a devolver ganhos do início do ano, a indústria segue no negativo e os serviços perdem fôlego.
Portanto, o crédito e consumo sofrem com os juros altos, reduzindo dinamismo em todos os setores.
Política monetária em foco
A divulgação ocorre na véspera da reunião do Copom.
Ademais, o mercado espera que o Banco Central mantenha a Selic em 15%, dado que a inflação ainda preocupa.
Por fim, o dilema é que a economia já mostra sinais de fraqueza, mas o BC ainda precisa manter a vigilância sobre preços e expectativas.