
- Indústria paulista prevê alta em vendas e investimentos no 4º trimestre, diz Fiesp
- Custos de energia, insumos e mão de obra seguem como principais pressões
- Estímulos do governo e renda aquecida podem compensar parte dos riscos externos
A indústria paulista vê espaço para melhora nas vendas no último trimestre de 2025, mesmo após a percepção de queda no período atual. A avaliação é da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que divulgou seu levantamento trimestral sobre expectativas do setor.
Segundo o estudo, a retomada deve vir acompanhada de aumento na produção e nos investimentos em capacidade instalada, após meses de desaquecimento. O índice que mede vendas, produção e investimentos superou os 50 pontos, sinalizando otimismo para os próximos meses.
Custos ainda preocupam
Se por um lado a confiança melhorou, por outro, os custos seguem como obstáculo. O índice que mede energia, matérias-primas e mão de obra ficou abaixo de 50 pontos, mostrando expectativa de alta de despesas no quarto trimestre.
Ademais, a Fiesp destacou que o levantamento foi feito em meio à moderação da atividade econômica, reflexo de juros elevados e de um ambiente internacional mais adverso, especialmente após o tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos.
Desse modo, nas respostas abertas da pesquisa, palavras como “tarifaço” e “americano” apareceram com frequência, mas ficaram atrás de termos como “mercado”, “custos” e “juros”, reforçando que a pressão externa se soma a desafios internos.
Estímulos podem suavizar cenário
Apesar das dificuldades, a entidade destaca fatores que podem ajudar a sustentar a demanda doméstica. O mercado de trabalho segue aquecido, e a renda das famílias mostra sinais de crescimento.
Além disso, programas governamentais devem contribuir para manter o consumo, como o crédito consignado a trabalhadores da iniciativa privada e a ampliação do Minha Casa Minha Vida. Novas linhas de crédito do BNDES também devem reforçar o fôlego de empresas.
Por fim, para a Fiesp, esses estímulos podem equilibrar parte do impacto do cenário internacional, oferecendo à indústria condições para retomar algum dinamismo na reta final do ano.