Indicadores econômicos

Inflação recua pela 6ª semana e mercado vê PIB maior em 2025; veja projeções atualizadas

Analistas mantêm juros e dólar, mas reduzem previsão do IPCA e apostam em crescimento maior para a economia brasileira.

banco central mcajr abr 0104222276
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  • Mercado reduz projeção do IPCA 2025 para 5,18%, a sexta queda seguida
  • Previsão para o PIB sobe para 2,23%, acima da expectativa anterior
  • Juros, dólar e IPCA de 2026 seguem estáveis no boletim Focus desta semana

O mercado financeiro voltou a cortar a projeção de inflação para 2025, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Banco Central. Esta é a sexta semana consecutiva de recuo na estimativa do IPCA, que agora está em 5,18%, abaixo dos 5,20% registrados na semana anterior.

Apesar da melhora no cenário inflacionário, os analistas consultados mantiveram a expectativa de juros altos até o fim de 2025. A taxa Selic deve continuar em 15% ao ano, patamar em que se encontra atualmente.

PIB deve crescer mais do que o esperado

Outro dado que chamou atenção no relatório foi a revisão para cima da projeção de crescimento do PIB. O mercado agora espera que a economia brasileira avance 2,23% em 2025, contra os 2,21% projetados na semana passada. Trata-se de uma melhora modesta, mas que reforça o sinal de otimismo, especialmente após os números sólidos do primeiro semestre.

Para 2026, no entanto, o tom se mantém mais cauteloso. A estimativa de crescimento recuou de 1,87% para 1,86%, mostrando que o mercado ainda enxerga um ritmo mais fraco no médio prazo.

Esse contraste entre os dois anos demonstra que o desempenho atual não garante estabilidade futura. A combinação entre juros elevados, incertezas fiscais e o cenário internacional instável continua pesando nas projeções de longo prazo.

IPCA ainda acima da meta, mas em trajetória de queda

Mesmo com a nova redução, o IPCA de 2025 ainda está acima do centro da meta de inflação do Banco Central, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A boa notícia é que a tendência aponta para desaceleração contínua.

Já a projeção para 2026 foi mantida em 4,50%, reforçando a expectativa de que a inflação levará tempo para retornar ao nível ideal. Essa lentidão ajuda a explicar por que o mercado não prevê cortes na taxa Selic tão cedo, mesmo com a atividade econômica em crescimento.

De forma geral, o boletim Focus mostra uma economia que começa a dar sinais de resiliência, mas que ainda convive com riscos importantes, sobretudo no que diz respeito à política monetária e às decisões fiscais do governo.

Dólar recua, mas projeção permanece alta

A taxa de câmbio foi outro ponto de atenção. Mesmo com a queda acumulada de 12,2% do dólar frente ao real neste ano, o mercado manteve a projeção de R$ 5,70 para o fim de 2025. Para 2026, houve leve ajuste para baixo: de R$ 5,79 para R$ 5,75.

A resistência do mercado em revisar fortemente a estimativa reflete a cautela diante do cenário externo. A indefinição sobre tarifas dos EUA, o cenário eleitoral norte-americano e a guerra comercial com a China são fatores que seguem no radar dos investidores e impactam diretamente o câmbio.

Portanto, o boletim Focus desta semana mostra que o Brasil vive um momento de expectativas mistas: a inflação cede lentamente, o PIB surpreende positivamente, mas os os juros altos e o dólar firme refletem incertezas persistentes. Caberá ao governo e ao Banco Central manter a confiança dos agentes e ajustar a política econômica conforme os dados se confirmarem.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.