Índice em queda

Inflação surpreende: Brasil registra primeira deflação em dois anos com IPCA-15 em agosto

Prévia da inflação cai 0,14% em agosto, puxada por energia, alimentos e transportes; número veio abaixo das projeções do mercado.

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  • IPCA-15 caiu 0,14% em agosto, primeira deflação em dois anos.
  • Energia elétrica, alimentos e combustíveis puxaram a queda.
  • São Paulo foi a única região com preços em alta, enquanto Belém teve o maior recuo.

O Brasil voltou a registrar deflação no IPCA-15 após dois anos sem recuos. A prévia da inflação oficial caiu 0,14% em agosto, depois de ter avançado 0,33% em julho, segundo o IBGE.

Esse resultado chama a atenção porque é o menor índice em quase três anos, desde setembro de 2022, quando havia ficado em 0,37%. Ainda assim, o número veio acima do esperado pelo mercado, que projetava queda de 0,19%.

O que puxou a deflação

A retração foi impulsionada principalmente por três grupos: habitação (-1,13%), alimentação e bebidas (-0,53%) e transportes (-0,47%). No acumulado de 2025, o índice registra alta de 3,26% e, em 12 meses, soma 4,95%, abaixo dos 5,30% de julho.

O destaque ficou para a energia elétrica residencial, que caiu 4,93% após reduções tarifárias em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, além do bônus de Itaipu. Essa queda compensou o impacto da cobrança extra da bandeira tarifária vermelha.

Na alimentação, o recuo foi o mais forte do ano. Produtos como manga (-20,99%), batata (-18,77%), cebola (-13,83%) e tomate (-7,71%) lideraram as quedas, enquanto carnes (-0,94%) e arroz (-3,12%) também aliviaram o bolso do consumidor.

Transportes e combustíveis em queda

O grupo de transportes também ajudou a derrubar a inflação, com destaque para a queda da gasolina (-1,14%), etanol (-1,98%) e passagens aéreas (-2,59%). Automóveis novos (-1,32%) também ficaram mais baratos, reforçando o efeito de alívio no setor.

Mesmo o diesel (-0,20%) e o gás veicular (-0,25%) mostraram recuos, sinalizando um alívio parcial nos custos de transporte. A queda dos combustíveis tem impacto direto não apenas no consumo das famílias, mas também no frete e no abastecimento de mercadorias.

Esse movimento reforça a expectativa de que os próximos meses podem trazer mais surpresas positivas na inflação, especialmente se os preços de combustíveis continuarem cedendo.

Quando os preços subiram

Apesar do alívio em itens essenciais, alguns grupos apresentaram altas relevantes. As despesas pessoais subiram 1,09%, impulsionadas pelos jogos de azar (+11,45%). Saúde e cuidados pessoais avançaram 0,64%, e educação teve alta de 0,78%.

Regionalmente, São Paulo destoou do cenário nacional e registrou alta de 0,13% em agosto, com impacto de cursos regulares e itens de higiene. Em contrapartida, Belém teve a maior queda (-0,61%), puxada pela redução da energia elétrica e da gasolina.

O resultado reforça que, embora a inflação esteja cedendo, a pressão de alguns serviços e despesas ainda preocupa analistas, que projetam cautela no ritmo de queda dos índices.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.