
O governo Lula insiste em celebrar recordes na geração de empregos formais. Mas, nos bastidores da economia real, o cenário é bem diferente: as empresas brasileiras vivem um dos piores momentos da última década. Em 2024, os pedidos de recuperação judicial dispararam 61,8% em comparação a 2023, alcançando o maior nível em 10 anos.
Somente no primeiro trimestre de 2025, 471 companhias já recorreram à Justiça para tentar escapar da falência. O contraste entre discursos oficiais e a dura realidade empresarial expõe uma contradição que pode comprometer o futuro do mercado de trabalho.
Recuperações judiciais disparam no país
Dados da Serasa Experian mostram que 2.273 empresas entraram em recuperação judicial em 2024, contra 1.405 em 2023. O salto de quase 62% é o maior desde que a série histórica foi iniciada.
Além disso, 2025 já começa com números alarmantes, sugerindo que o quadro de deterioração deve se aprofundar. Pequenas e médias empresas aparecem como as mais afetadas pela crise de crédito, juros altos e queda no consumo.
Governo celebra emprego, mas ignora falências
Na contramão desse cenário, o governo Lula exibe com orgulho os números do Caged, que apontam expansão no mercado formal de trabalho. Porém, especialistas alertam que o dado não reflete a saúde das empresas, que seguem pressionadas por custos elevados, baixa confiança e fuga de capitais.
Questionado sobre o aumento das falências, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), admitiu que ainda não analisou a evolução dos números e minimizou a gravidade, atribuindo os casos a fatores como “incompetência” ou “má gestão”. A fala gerou críticas por não considerar os efeitos estruturais que atingem todo o setor produtivo.
Empresas deixam o Brasil
Enquanto isso, multinacionais e grandes grupos nacionais têm transferido parte de suas operações para o exterior. A fabricante de armas Taurus (TASA4) já anunciou investimentos fora do Brasil, movimento que acende alerta sobre a capacidade do país de manter competitividade em escala global.
Para especialistas, esse êxodo empresarial sinaliza um risco ainda maior: o enfraquecimento do ambiente de negócios, que pode gerar menos investimento, mais desemprego e perda de arrecadação nos próximos anos.
Contradição exposta
A disparada nos pedidos de recuperação judicial revela que os recordes de emprego anunciados pelo governo não contam toda a história. O Brasil enfrenta hoje uma economia dividida: de um lado, os indicadores oficiais usados pelo Planalto para reforçar uma narrativa positiva; do outro, a realidade de milhares de empresas que não conseguem sobreviver.
A pergunta que fica é: por quanto tempo essa narrativa poderá ser sustentada?
Pontos principais
- Recorde de falências e recuperações judiciais em 2024, com alta de quase 62%.
- Governo Lula comemora geração de empregos, mas ignora crise nas empresas.
- Especialistas alertam que ambiente de negócios se deteriora e ameaça futuro do mercado.