Riqueza em fuga

Milionários abandonam Brasil em massa e buscam refúgio no exterior

Relatório internacional expõe que Brasil pode perder mais de mil milionários em 2025 e entrar no ranking dos países que mais veem fortunas partirem.

Crédito: Depositphotos.
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  • Brasil pode perder 1.200 milionários em 2025, 50% a mais que em 2024
  • EUA, Portugal e Caribe estão entre os destinos favoritos dos brasileiros ricos
  • Especialistas alertam que saída de fortunas pode impactar economia nacional

O Brasil vive um fenômeno que acende alerta no mercado global: segundo relatório da Henley & Partners, ao menos 1.200 milionários devem deixar o país em 2025. O número coloca o Brasil no sexto lugar mundial entre os países que mais perderão ricos neste ano, com destaque negativo na América Latina.

O movimento ocorre em um momento de incertezas políticas, fiscais e de falta de previsibilidade econômica. Para os super-ricos, destinos como Estados Unidos, Portugal e até mesmo paraísos fiscais no Caribe aparecem como alternativas mais seguras para preservar patrimônio e ampliar oportunidades de investimento.

Brasil entre os maiores perdedores

O estudo mostra que a saída de milionários brasileiros será 50% maior que em 2024, quando a projeção apontava para 800 pessoas. O dado preocupa analistas, já que a perda de capital humano e financeiro pode gerar impactos de longo prazo na economia nacional.

Com essa marca, o Brasil se consolida como o líder em êxodo de milionários na América Latina. Globalmente, o Reino Unido aparece em primeiro lugar no ranking de perdas, com até 16.500 milionários deixando o país, seguido por China, Índia, Coreia do Sul e Rússia.

No total, a previsão global é de que 142 mil milionários troquem de país em 2025, um recorde desde o início da série histórica. O relatório é elaborado em parceria com a New World Wealth, que monitora movimentações de mais de 150 mil indivíduos de alta renda.

Destinos preferidos pelos ricos

Entre os brasileiros que saem, os destinos mais escolhidos incluem Estados Unidos, sobretudo a Flórida, além de Portugal, Ilhas Cayman, Costa Rica e Panamá. Esses países oferecem vantagens como regimes tributários mais leves, segurança jurídica e qualidade de vida, fatores que atraem fortunas em busca de estabilidade.

Enquanto isso, os Emirados Árabes Unidos aparecem como o país mais atrativo do mundo, com previsão de receber até 9,8 mil milionários apenas em 2025. Logo atrás estão os EUA, que devem atrair 7,5 mil, além de Itália, Suíça e Arábia Saudita.

Portugal e Grécia também se destacam no mapa da riqueza global. Ambos oferecem clima agradável, incentivos fiscais e programas de cidadania ligados a investimentos, o que aumenta o fluxo de milionários para seus territórios.

Impactos e sinais de alerta

A migração de milionários do Brasil acontece em contradição ao desempenho de outros países do Brics. China, Índia e Rússia devem registrar em 2025 suas menores perdas de ricos desde a pandemia, mostrando maior estabilidade em atrair e manter fortunas.

Segundo analistas, o problema vai além da imagem. A saída de super-ricos pode reduzir investimentos em empresas nacionais, enfraquecer o mercado imobiliário de luxo e diminuir a arrecadação indireta por meio de consumo sofisticado.

O CEO da Henley & Partners, Juerg Steffen, reforça que essa movimentação não reflete apenas mudanças tributárias, mas também a busca por mais oportunidades, liberdade e segurança em outros países. Para ele, o Brasil precisa reagir para não perder espaço no cenário global.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.