O paradoxo do azeite do Brasil

Por dentro da crise do azeite: o que você precisa saber antes de estocar garrafas

Safra maior lá fora, mas no Brasil o “ouro verde” segue pesando no bolso: entenda por que o azeite não deve voltar aos preços pré-crise tão cedo.

Azeite oliva
  • Mesmo com a safra europeia se recuperando e o preço internacional do azeite extravirgem caindo quase 45%, o alívio quase não chegará ao bolso do brasileiro.
  • Segundo a italiana Filippo Berio, a garrafa deve baratear no máximo 10% em 2025, mantendo-se perto de R$ 40 nas prateleiras.
  • Logística lenta, estoques antigos e custos internos empurram o sonho do “azeite pré-crise” para o passado – e especialistas alertam: acostume-se com o novo normal.

O choque de realidade

Sentiu a explosão de preços no ano passado? Não foi só impressão. A crise climática secou a produção de azeitonas na Espanha e na Itália e jogou a cotação global às alturas, inflando o valor do azeite no Brasil em mais de 50% em 12 meses. Embora a colheita 2024/25 tenha melhorado e derrubado o preço internacional de US$ 10 mil para US$ 5,5 mil a tonelada, esse “desconto” quase não cruza o Atlântico. bloomberglinea.com.br

Descontos que se perdem no caminho

Eduardo Casarin, country manager da Filippo Berio, explica que os lotes baratos ainda estão presos na alfândega europeia. Até chegarem aqui, o varejo precisa desovar estoques antigos, comprados no pico da crise – e só depois repassar a redução. Resultado: na melhor das hipóteses, veremos um corte de 5% a 10% nos preços ao longo de 2025, bem longe dos patamares de cinco anos atrás. bloomberglinea.com.br

Por que o Brasil paga mais?

Além do atraso logístico, outros vilões pesam na etiqueta. O dólar segue firme perto de R$ 5,50, encarecendo importações; o frete marítimo ainda não voltou ao ritmo pré-pandemia; e a carga tributária brasileira sobre óleos vegetais continua intacta. Some isso aos custos de estocagem com temperatura controlada e você entende por que o azeite “premium” já flerta com R$ 100. bloomberglinea.com.br

O azeite vai baixar quando?

A perspectiva otimista da Filippo Berio é de um leve refresco no segundo semestre de 2025, quando os novos contêineres desembarcarem. Mesmo assim, Casarin crava que não haverá retorno ao “azeite de R$ 20” tão cedo: o mercado se ajustou a um novo piso, e a demanda por produtos gourmet continua firme, sustentando margens. bloomberglinea.com.br

Existe saída para o consumidor?

  • Trocar marcas importadas por rótulos nacionais: produtores de Minas Gerais e Rio Grande do Sul ganharam espaço e já oferecem azeites premiados.
  • Aproveitar promoções relâmpago de e-commerce, que usam azeite como “isca” para atrair clientes.
  • Comprar embalagens maiores (3 L ou latas de 5 L) e dividir com amigos, reduzindo o custo por litro.

No fim das contas, o azeite volta a ser visto como ingrediente nobre – e, quem sabe, consumido com ainda mais consciência.

Fernando Américo
Fernando Américo

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.

Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvolvedor Web CMS com Wordpress e busco me especializar como fullstack com Nodejs e ReactJS, além de seguir estudando e investindo em ativos digitais.