
- Saques superaram depósitos em R$ 15 bilhões em setembro.
- No ano, saída líquida já soma R$ 78,4 bilhões.
- Brasileiros migram para investimentos mais rentáveis, como CDBs e Tesouro Direto.
A caderneta de poupança voltou a registrar forte saída de recursos em setembro. Segundo dados do Banco Central, os saques superaram os depósitos em R$ 15 bilhões líquidos, com retiradas de R$ 371 bilhões e entradas de R$ 356 bilhões.
Nesse sentido, apesar do saldo negativo, o resultado representa o menor déficit para o mês desde 2021, mas ainda reflete a baixa atratividade do rendimento da poupança frente a outras opções de investimento.
Acúmulo de saídas em 2025 preocupa o mercado
No acumulado de 2025, a poupança já perdeu R$ 78,4 bilhões líquidos, mantendo a tendência de fuga de recursos observada nos últimos anos.
Sendo assim, o cenário reforça o movimento de migração de investidores para produtos mais rentáveis, como CDBs, Tesouro Direto e fundos DI.
Analistas avaliam que a combinação de inflação controlada e juros ainda elevados faz com que a rentabilidade da poupança continue defasada em relação a alternativas de baixo risco.
Desse modo, o investidor tende a buscar opções com liquidez semelhante, mas com retorno superior.
Confiança do poupador segue em queda
O desempenho negativo da poupança também indica retração na confiança do poupador brasileiro.
Além disso, para economistas, o comportamento dos depósitos sugere que as famílias estão priorizando consumo e quitação de dívidas, em vez de poupar.
Por fim, o crédito mais caro e a queda do poder de compra pressionam a renda disponível. Esses fatores contribuem para a continuidade dos saques mensais.