
O café, um dos produtos mais consumidos no país, está prestes a pesar muito mais no orçamento das famílias brasileiras. Nas próximas semanas, os preços devem disparar, superando até mesmo a valorização de criptomoedas como o Bitcoin.
Segundo o setor, a alta pode chegar a 15% nos supermercados, puxada pela combinação de estoques baixos, custos elevados e incertezas no mercado internacional. O alerta já está sendo feito pela indústria e logo o consumidor verá a diferença nas gôndolas.
Escassez global e choque na oferta
O preço do café arábica no mercado internacional teve alta expressiva entre agosto e setembro, com variações de até 40%. A colheita abaixo do esperado e a redução nos estoques globais pressionam os preços e colocam o Brasil no centro das atenções.
Mesmo com a florada promissora prevista para 2025/2026, especialistas apontam que o volume não será suficiente para recompor os estoques. Isso significa que os preços continuarão pressionados no curto prazo, atingindo tanto exportações quanto o consumo interno.
Esse cenário de oferta restrita cria um efeito dominó: as torrefações e indústrias já repassam os custos aos supermercados, que devem repassar ao consumidor final em questão de dias.
Custos internos ainda mais pesados
Não é apenas a escassez global que explica a disparada. No Brasil, os custos de produção subiram significativamente. Insumos agrícolas, transporte, energia e embalagens ficaram mais caros, elevando o preço final de cada pacote de café.
A indústria alerta que esses aumentos já corroem as margens das empresas, tornando inevitável o repasse ao consumidor. Em alguns casos, o preço do café no atacado já encosta nos R$ 80 por quilo, o que pressiona ainda mais o setor de varejo.
Assim, o consumidor brasileiro, acostumado a ver variações sazonais no preço do café, agora enfrenta uma alta generalizada, que não será absorvida pela cadeia produtiva.
Impacto direto no bolso do consumidor
O aumento não é novidade para quem acompanha a inflação. Em 2025, o café solúvel já acumula alta de mais de 50%. Entre janeiro e agosto, o consumo nacional caiu 5,41%, reflexo do encarecimento da bebida que está presente em quase todos os lares.
Esse cenário deve se intensificar agora, já que o repasse da nova onda de preços será imediato. Para muitos brasileiros, o café vai deixar de ser apenas um hábito diário e se tornar um item de luxo em comparação ao passado recente.
Enquanto o Bitcoin oscila nos gráficos, o café promete ser a “moeda” que realmente fará diferença no dia a dia da população. Uma valorização forçada, que pesa muito mais do que qualquer investimento digital.
Principais pontos:
- O café deve subir até 15% nos supermercados já nas próximas semanas
- Estoques baixos e custos elevados impulsionam a disparada do preço
- Alta torna o consumo mais caro que oscilações de ativos como o Bitcoin