
- Alíquota sobre lucros pode ultrapassar 40%, tornando o Brasil líder mundial em carga tributária empresarial.
- OCDE cobra média de 23%, enquanto bancos no Brasil chegariam a 48%.
- Fiep sugere taxar bets em 15% para compensar a perda de arrecadação com a isenção do IRPF.
O Congresso Nacional discute nesta semana o Projeto de Lei 1.087/2025, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil. O tema ganhou força política, mas gerou forte reação de empresas, que alertam para um efeito colateral grave: a criação da maior carga tributária do mundo sobre o lucro corporativo.
Segundo estudo da Abrasca, se o projeto for aprovado como está, a alíquota efetiva para empresas pode superar 40%, contra uma média de 23% dos países da OCDE. Para instituições financeiras, a carga poderia chegar a 48%. Já empresas não financeiras que apuram pelo Lucro Real passariam de 34% para cerca de 40,6%, tornando o Brasil líder mundial em tributação empresarial.
Impacto no setor produtivo
As entidades defendem que a proposta, apesar de justa do ponto de vista social, ameaça o investimento produtivo e compromete a competitividade do país.
O relatório aponta que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) seria diretamente afetado, já que o Brasil se tornaria menos atrativo para multinacionais.
Alternativa proposta pela Fiep
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) apoia a ampliação da faixa de isenção do IRPF, mas critica o modelo atual. Como compensação, sugere uma taxação de 15% sobre a receita bruta das apostas online (bets).
Para a entidade, essa medida reduziria a necessidade de onerar ainda mais o setor corporativo, preservando a geração de empregos e o ambiente de negócios.