
Se você está na busca por uma vaga ou de olho na economia, preste atenção nos números que acabaram de sair do forno! O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados mais recentes sobre o mercado de trabalho, referentes ao primeiro trimestre de 2025, e o cenário mostra uma mistura de sinais. A taxa de desemprego deu uma subida nos três primeiros meses do ano, um movimento que merece atenção.
Vamos aos números: a população desocupada, ou seja, a galera que está sem trabalho mas procurando ativamente por uma vaga, cresceu 13,1% em comparação com o finalzinho de 2024. Isso significa que mais 891 mil pessoas entraram na fila do emprego nesse período. Com isso, o total de brasileiros buscando uma colocação profissional chegou a 7,7 milhões de pessoas.
Pode parecer muito, e o aumento trimestral preocupa, mas há um detalhe importante: olhando para o passado, esse número de 7,7 milhões ainda é considerado baixo. Na verdade, é o menor contingente de desocupados para um primeiro trimestre desde 2014, quando eram 7,1 milhões. Além disso, se compararmos com o mesmo período do ano passado (primeiro trimestre de 2024), o número atual de pessoas procurando emprego está 10,5% menor. Ou seja, apesar da alta recente, a situação ainda é melhor do que há um ano.
Mas o que explica essa subida no desemprego agora? Além de mais gente buscando emprego, outro fator importante foi a redução no número de pessoas que estavam trabalhando. O Brasil viu uma diminuição de 1,3 milhão de trabalhadores ocupados entre janeiro e março de 2025. Com essa queda, o total de pessoas com algum tipo de trabalho ficou em 102,5 milhões. Novamente, olhando o copo meio cheio, esse número ainda representa um aumento de 2,3% em relação ao primeiro trimestre de 2024, quando tínhamos 100,2 milhões de ocupados.
Adriana Beringuy, que coordena as pesquisas domiciliares no IBGE, comentou os resultados: “O bom desempenho do mercado de trabalho nos últimos trimestres não chega a ser comprometido pelo crescimento sazonal da desocupação. Mesmo com expansão trimestral, a taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2025 é menor que todas as registradas nesse mesmo período de anos anteriores.”
E como fica a situação de quem está empregado? A notícia boa é que o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado se manteve estável, firme em 39,4 milhões de pessoas. Isso traz uma certa segurança. Por outro lado, o emprego sem carteira assinada no setor privado encolheu. O total caiu para 13,5 milhões, uma redução de 5,3% em relação ao trimestre anterior. Segundo Beringuy, “A retração da ocupação no primeiro trimestre ocorreu principalmente no emprego sem carteira relacionado à construção, serviços domésticos e educação“.
Agora, a grande surpresa positiva: o bolso do trabalhador! O rendimento médio real habitual dos brasileiros atingiu um novo recorde, chegando a R$ 3.410 no primeiro trimestre de 2025. Esse valor já considera o desconto da inflação, ou seja, é ganho real de poder de compra. Ele representa uma alta de 4% em comparação com o mesmo período de 2024 (que era de R$ 3.270). Com esse avanço, o salário médio alcançou o maior valor desde que a pesquisa começou a ser feita nesse formato, em 2012.