
- Estatais federais tiveram déficit recorde de R$ 5,6 bi em 2025.
- Resultado foi 65% pior do que o registrado no mesmo período de 2024.
- Déficit total do setor público empresarial (federal, estadual e municipal) chega a R$ 8,3 bi.
As estatais federais registraram déficit de R$ 5,6 bilhões entre janeiro e agosto de 2025, o pior resultado já anotado na série histórica iniciada em 2002. O dado foi divulgado nesta terça-feira (30) pelo Banco Central, no relatório “Estatísticas Fiscais”.
Nesse sentido, o rombo representa alta de 65% em relação a 2024, quando o saldo negativo havia sido de R$ 3,4 bilhões. O cálculo exclui Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e BNDES, mas ainda assim expõe o peso das estatais no agravamento das contas públicas.
Impacto direto nas contas públicas
O BC explica que a métrica considera a necessidade de financiamento, ou seja, se as estatais ajudam a reduzir o déficit do país ou se exigem mais recursos do Tesouro Nacional. Quando o resultado é negativo, a União precisa cobrir a lacuna com novas dívidas ou aumento de impostos.
No acumulado geral, considerando também as estatais estaduais e municipais, o déficit chega a R$ 8,3 bilhões. Os governos locais sozinhos responderam por R$ 2,3 bilhões de saldo negativo no período.
Governo critica metodologia
A equipe do Ministério da Gestão e Inovação rebateu o levantamento do Banco Central. Segundo a pasta, os números não refletem a “real saúde financeira” das estatais, pois não detalham receitas, despesas e lucro líquido.
Ainda assim, especialistas destacam que a métrica do BC é fundamental para avaliar o efeito das estatais na política fiscal. Portanto, o dado pode influenciar diretamente as projeções de dívida pública e o espaço do governo para gastos em 2026.
Pressão política sobre Lula
O resultado fiscal ocorre em meio a um cenário de maior volatilidade econômica e com o governo Lula enfrentando críticas sobre expansão de gastos.
Por fim, para analistas, o dado aumenta a pressão sobre Brasília às vésperas de negociações sobre o arcabouço fiscal e novas metas de déficit.