Mais tarifaço

Trump impõe tarifas de até 30% a novos países: veja quem será mais atingido

Nova rodada de cartas tarifárias atinge Argélia, Brunei, Iraque, Líbia, Moldávia e Filipinas; tarifas entram em vigor já em agosto, caso não haja acordo.

Trump
  • Trump eleva tarifas comerciais para 6 países, com alíquotas de até 30%
  • A medida amplia lista de nações notificadas por exportar aos EUA
  • Cartas pressionam governos a fechar acordos antes de 1º de agosto

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retomou sua política de tarifas comerciais. Nesta quarta-feira (9), ele enviou cartas a seis países comunicando a imposição de novas taxas sobre exportações para os EUA. Os encargos variam entre 20% e 30% e entram em vigor em 1º de agosto, salvo acordo comercial firmado antes do prazo.

Os países atingidos são Argélia, Brunei, Iraque, Líbia, Moldávia e Filipinas. Argélia, Iraque e Líbia enfrentam a tarifa máxima de 30%. Brunei, Moldávia e Filipinas devem arcar com 25%, embora fontes citadas pela imprensa americana indiquem a possibilidade de uma taxa reduzida de 20% para as Filipinas. A medida integra uma ofensiva mais ampla iniciada ainda no primeiro mandato de Trump, agora reforçada.

Mais de 14 países já receberam notificações semelhantes

No início da semana, Trump já havia endereçado cartas com teor semelhante a 14 nações, entre elas Japão, Coreia do Sul, Malásia, Indonésia, Tailândia, Bangladesh, África do Sul e Cazaquistão. As tarifas variam de 20% a 40% e seguem o mesmo modelo: entrarão em vigor em agosto, salvo negociações bilaterais.

As cartas, com duas páginas cada, foram assinadas diretamente por Trump. Todas apresentam linguagem similar, destacando que os Estados Unidos “talvez considerem” ajustar os percentuais tarifários conforme a relação entre os países. Na prática, o governo americano transforma tarifas em uma ferramenta de barganha direta.

Essa postura já havia sido sinalizada em abril, quando Trump lançou o chamado “dia da libertação”. Na ocasião, instituiu uma taxa-base de 10% para quase todos os países e aplicou alíquotas maiores a casos específicos. A medida provocou instabilidade nos mercados e fortes reações internacionais, o que forçou uma suspensão temporária das novas tarifas.

Política mira resultados rápidos em ano eleitoral nos EUA

Trump retomou a ofensiva comercial ao assinar, na última segunda-feira, uma ordem executiva que confirma o início das tarifas em 1º de agosto. Em mensagens publicadas nas redes sociais, o presidente afirmou que “nenhuma prorrogação será concedida”. Assim, os países notificados correm contra o tempo para tentar negociar termos mais favoráveis.

A estratégia também reflete o momento político nos Estados Unidos. Em busca de consolidar apoio interno, Trump reforça o discurso de que protegerá os empregos americanos e penalizará economias que, segundo ele, se beneficiam de acesso facilitado ao mercado dos EUA. A retórica se intensificou desde o início de seu segundo mandato.

Além disso, o presidente mantém a opção de rever as tarifas, o que sugere abertura para acordos rápidos. Com isso, ele aumenta a pressão sem romper completamente os canais diplomáticos. Ao transformar a ameaça em uma alavanca política e comercial, Trump busca ampliar seu poder de negociação frente aos parceiros comerciais.

Mercados atentos e aliados em alerta com nova rodada tarifária

Os mercados reagiram com cautela à medida. Índices de países emergentes caíram levemente, enquanto investidores passaram a considerar os possíveis efeitos sobre as cadeias de suprimentos globais. Setores como tecnologia e indústria pesada já se mobilizam para avaliar impactos nas importações.

Além disso, nos bastidores, diplomatas afirmam que vários governos receberam as cartas com surpresa. Alguns já articulam respostas formais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Outros tentam estabelecer contatos diretos com Washington para evitar as sanções. A avaliação é que a política americana busca, sobretudo, reforçar sua liderança por meio da intimidação econômica.

A decisão de Trump também levanta dúvidas sobre o futuro da cooperação global. Desse modo, ao retomar práticas unilaterais e ignorar acordos multilaterais, os EUA sinalizam uma mudança clara na condução de sua política externa. Portanto, para muitos analistas, essa guinada pode gerar atritos duradouros com países aliados e afetar a estabilidade dos mercados internacionais.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.