
- Republicanos de estados agrícolas pressionam Trump por pacote emergencial antes do fim do ano.
- Renda agrícola pode cair mais de US$ 30 bilhões até 2026 com preços baixos e menor ajuda federal.
- Agricultores relatam risco de falência imediata sem sinal claro de apoio do governo.
Os agricultores americanos vivem um dos piores cenários econômicos das últimas décadas. Com preços das safras em queda e dívidas que se acumulam, cresce a pressão por um pacote emergencial de apoio federal ainda em 2025.
Parlamentares republicanos de estados agrícolas pedem ao presidente Donald Trump que libere recursos antes do fim do ano, sob risco de transformar a próxima safra em um colapso financeiro para milhares de famílias no cinturão rural dos EUA.
A pressão sobre Trump
Senadores e deputados ligados ao agronegócio discutem com o Departamento de Agricultura (USDA) medidas semelhantes às adotadas no primeiro mandato, quando mais de US$ 23 bilhões foram repassados para compensar perdas da guerra comercial com a China. Agora, porém, o valor necessário pode ser ainda maior.
O senador John Hoeven, de Dakota do Norte, defendeu que a ajuda chegue “quanto antes, melhor”, lembrando que bancos podem disparar cláusulas de dívida que deixariam os agricultores sem liquidez.
Já o deputado Rick Crawford, do Arkansas, disse que mesmo que a ajuda só saia em outubro, é vital que o governo sinalize compromisso.
Calamidade no campo
Os números preocupam. O USDA estima que os pagamentos aos agricultores em 2025 já ultrapassem US$ 40 bilhões, o segundo maior nível desde 1933.
Mesmo assim, projeções apontam que a renda agrícola líquida pode cair mais de US$ 30 bilhões em 2026, em razão dos baixos preços das commodities e da redução dos repasses.
Em estados como Arkansas, agricultores relatam dificuldade até para pagar empréstimos que financiaram o plantio da primavera.
“É como roleta russa: se não quitarmos, não conseguimos plantar no próximo ano”, disse Scott Brown, produtor da região.
Disputa política e riscos
Democratas atribuem a crise às tarifas e políticas econômicas de Trump, que “destruíram mercados construídos em décadas”.
Já a Casa Branca sustenta que acordos comerciais e cortes de impostos abrirão espaço para recuperação, sem confirmar se haverá novo pacote.
Enquanto isso, a incerteza ameaça não apenas o setor agrícola, mas também o sistema financeiro regional, já que bancos dependem da capacidade de pagamento dos produtores.
Por fim, sem socorro, a expectativa é de uma onda de inadimplência e até falências.