
- Lucro entre R$ 1,54 bi e R$ 1,8 bi mostra estabilidade no 3T25.
- Tarifas dos EUA afetam margens, mas impacto é limitado.
- Analistas recomendam compra, com alta potencial de até 36%.
A WEG (WEGE3) deve apresentar lucro entre R$ 1,54 bilhão e R$ 1,8 bilhão no terceiro trimestre de 2025, segundo estimativas de BTG Pactual, Fipecafi, Itaú BBA e XP Investimentos. As tarifas impostas por Donald Trump continuam pressionando margens, mas analistas esperam resultados estáveis.
O balanço será divulgado nesta quarta-feira (22), antes da abertura do mercado. A expectativa é de receita e Ebitda positivos, sustentados pela resiliência operacional e pela capacidade da companhia em repassar parte dos custos aos contratos em vigor.
Tarifas impactam pouco o resultado
O professor Humberto Aillon, da Fipecafi, acredita que o impacto das tarifas será limitado. Segundo ele, a WEG fechou grande parte dos contratos antes da taxação americana, o que reduziu o efeito direto sobre os preços.
“Essas tarifas incidem em apenas cerca de 5% dos contratos atuais”, explica. A casa estima R$ 10,4 bilhões em receita líquida e Ebitda de R$ 2,35 bilhões, confirmando o potencial de lucro de R$ 1,8 bilhão, uma alta de 14,6% na comparação anual.
Já o Itaú BBA projeta lucro de R$ 1,54 bilhão, leve recuo frente a 2024. O banco vê redução de 0,5 ponto na margem Ebitda, reflexo das tarifas e da realocação de parte da produção para o México, uma estratégia para reduzir custos futuros.
Câmbio e desaceleração limitam ganhos
De acordo com o BBA, a margem Ebitda da WEG deve cair para 21,6%, reflexo do câmbio mais fraco e da desaceleração no segmento industrial. Mesmo assim, o relatório ressalta que a companhia segue eficiente na execução operacional.
A XP Investimentos prevê um trimestre misto, com lucro estável e crescimento orgânico moderado. A corretora afirma que o setor de equipamentos eletroeletrônicos foi o mais afetado pelas tarifas, mas a empresa conseguiu compensar com reajustes e mix de produtos de maior valor agregado.
Com a incorporação da Marathon e as contribuições de Volt e Reivax, a XP estima lucro de R$ 1,6 bilhão, receita de R$ 10,2 bilhões e Ebitda de R$ 2,28 bilhões. Esses números indicam leve expansão anual, sustentada pela diversificação geográfica.
Ações seguem atrativas para o longo prazo
O BTG Pactual calcula lucro de R$ 1,61 bilhão e Ebitda de R$ 2,26 bilhões, crescimento moderado em relação ao ano anterior. Para o banco, o resultado prova a solidez da WEG, mesmo sob ambiente externo desafiador.
Além disso, entre as casas, apenas a XP mantém posição neutra, com preço-alvo de R$ 44 e potencial de alta de 11% sobre o fechamento de segunda-feira (20). Já o BTG e o Itaú BBA recomendam compra, com preços-alvo de R$ 54 e R$ 46, respectivamente.
A Fipecafi também reforça a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 51,35 e potencial de valorização de 29,9%. Portanto, para Aillon, os novos investimentos em mobilidade elétrica e energia renovável devem ampliar a receita dolarizada da companhia.
WEG aposta em energia e IA para crescer
Segundo o BTG, o mercado de alternadores será um dos motores de crescimento da WEG. A demanda global por equipamentos elétricos e soluções de energia cresce com os investimentos em Inteligência Artificial (IA) e automação industrial.
Ademais, a empresa também acelera a integração da Regal e reforça a expansão em mobilidade elétrica, após a aquisição da Tupinambá Energia. Já o Itaú BBA destaca que o papel segue barato após cair 25% em 2025, enquanto o Ibovespa subiu 20%.
Por fim, para os analistas, o crescimento mais robusto deve retornar a partir de 2027. Os projetos de transmissão e distribuição entrarão em operação total e vão impulsionar margens e dividendos.