Tirando as dúvidas

Consórcio é investimento? Descubra o que dizem os especialistas em 2025

Modalidade cresce no Brasil, mas especialistas alertam que consórcio não gera retorno financeiro como investimentos tradicionais.

Investimentos Calculadora Graficos
  • Consórcio não é investimento, já que não gera qualquer tipo de rentabilidade sobre o valor aplicado.
  • Modalidade pode ser útil para quem busca disciplina financeira e quer adquirir um bem sem pagar juros.
  • Especialistas recomendam outras alternativas, como renda fixa ou fundos, para quem deseja retorno financeiro real.

O aumento da popularidade dos consórcios em 2025 leva muitas pessoas a se perguntarem: o consórcio pode ser considerado um investimento? Nesse sentido, apesar de ser uma forma organizada e disciplinada de conquistar bens como carros, imóveis e até eletrônicos, a resposta é clara entre os especialistas: consórcio não é investimento.

Sendo assim, ao contrário do que muitos imaginam, essa modalidade não oferece rentabilidade nem rendimento sobre o valor pago. Logo, ela funciona como uma poupança coletiva, voltada exclusivamente para a aquisição de bens. Assim, quem busca retorno financeiro deve olhar para outras opções, como renda fixa, ações ou fundos.

Como funciona o consórcio e o que o diferencia de um investimento

O consórcio reúne um grupo de pessoas com o mesmo objetivo: adquirir um bem ou serviço. Cada participante paga mensalidades reajustadas com base em índices como IPCA ou INCC, e, ao longo do tempo, é contemplado por sorteio ou lance para receber uma carta de crédito.

Contudo, diferente de aplicações financeiras, o dinheiro não rende. Ou seja, o que se paga volta como um crédito equivalente, sem valorização. “O consórcio é uma compra programada, não um investimento financeiro”, resume o educador Eduardo Reis Filho. A contemplação pode demorar meses ou anos, e isso exige paciência e preparo emocional.

A psicanalista Márcia Tolotti também alerta que o consórcio pode gerar frustração para quem entra com a expectativa de resultado imediato. “A pessoa precisa ter responsabilidade emocional e entender que pode ser contemplada apenas no fim do contrato”, afirma.

Cuidado com as taxas e com a expectativa de retorno

Como o consórcio não cobra juros, muitas pessoas o consideram mais vantajoso que o financiamento, mas precisam levar em conta outros custos. A principal despesa é a taxa de administração, prevista na Lei nº 11.795/2008. Essa cobrança remunera a empresa que organiza e gerencia o grupo.

Além disso, algumas administradoras podem cobrar fundo de reserva e seguros, elevando o valor final pago. Ainda que o consórcio, em muitos casos, tenha um custo total inferior ao financiamento, ele não traz qualquer tipo de retorno sobre o valor aplicado.

Desse modo, quem desiste no meio do caminho ainda enfrenta outra dor de cabeça: o deságio. Segundo Eliane Tanabe Deliberali, da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro, o participante perde parte do valor pago se decidir sair do grupo antes da contemplação. Em certos casos, o prejuízo pode ser alto.

Consórcio não rende: veja quando pode fazer sentido

Se o objetivo é fazer o dinheiro crescer, o consórcio não é o caminho certo. “Se eu invisto, meu capital está se multiplicando. No consórcio, ele só está reservado para uma compra futura”, diz Eduardo Reis. Aplicações como Tesouro Direto, CDBs, fundos imobiliários ou ações oferecem retorno financeiro de verdade.

Por outro lado, o consórcio pode ser útil para quem tem dificuldade de guardar dinheiro ou precisa de um compromisso mensal para não gastar. Nesses casos, ele funciona como uma espécie de “poupança forçada”, com foco claro: a aquisição de um bem no futuro.

Portanto, para quem tem capital disponível, ofertar um bom lance pode acelerar a contemplação. Mas é importante lembrar que, mesmo assim, não há retorno financeiro — o bem adquirido é o único “ganho”. A administradora contempla quem não oferece lance apenas por sorteio ou pela ordem do grupo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.