
- ETFs indexados à inflação acumulam ganhos expressivos em 2025
- Alternativa simples e acessível para proteger o poder de compra
- Projeções do Boletim Focus mostram IPCA acima da meta para 2025
Com a inflação voltando ao radar e a meta oficial de preços sendo sistematicamente superada, investidores buscam formas eficientes de proteger o poder de compra do dinheiro. Nesse cenário, os ETFs atrelados ao IPCA têm chamado atenção ao entregar retornos reais em meio às turbulências econômicas.
Desse modo, esses fundos de índice, baseados em títulos públicos indexados à inflação, oferecem uma porta de entrada prática e diversificada para quem deseja acompanhar o IPCA com mais segurança. O desempenho dos principais ETFs em 2025 reforça a atratividade da estratégia.
ETFs ganham tração com alta da inflação
O IPCA-15 de julho, divulgado pelo IBGE, subiu 0,33%, puxado por habitação, transportes e saúde. No acumulado de 12 meses, o índice já avança 5,30%, bem acima do centro da meta de 3% e também do teto, que é de 4,5%. No Boletim Focus, as expectativas para 2025 foram revisadas para 5,09%.
Assim, esse cenário impulsiona a busca por instrumentos que entreguem rentabilidade superior à inflação. Os ETFs atrelados ao IPCA, especialmente os que seguem os índices IMA-B, vêm se destacando. Esses produtos replicam carteiras teóricas de títulos públicos como o Tesouro IPCA+, variando entre prazos curtos e longos.
Além da proteção, os ETFs permitem aplicações mínimas mais acessíveis e gestão profissional, o que os torna ideais tanto para investidores iniciantes quanto experientes. Portanto, as taxas de administração giram entre 0,19% e 0,25% ao ano, bastante competitivas.
Desempenho no ano impressiona
Segundo o Painel de Cotações do Valor One, o IMAB11 (Itaú) subia 9,91% no acumulado de 2025 até 29 de julho. O ETF PACG11 (BTG Pactual) avançava 9,87% no mesmo período, enquanto o IMBB11 (Bradesco) acumulava 9,82%. Todos eles seguem o IMA-B, índice que reflete uma carteira diversificada de títulos indexados ao IPCA.
Ademais, para quem busca menor volatilidade, os ETFs que seguem o IMA-B 5 P2, focados em papéis com vencimento de até cinco anos, também mostraram desempenho sólido. O B5P211 (Itaú) valorizava 7,36% no ano, enquanto o PACC11 (BTG) subia 7,38%.
Já os ETFs com foco em prazos mais longos, atrelados ao IMA-B5+, também entregaram retornos relevantes: o IB5M11 (Itaú) subia 12,26% e o B5MB11 (Bradesco) avançava 12,05% no acumulado de 2025.
Estratégia defensiva com rendimento real
A performance desses produtos evidencia seu potencial para compor estratégias defensivas, especialmente em tempos de expectativas desancoradas e juros elevados. O fato de replicarem diretamente a curva de juros reais oferece mais transparência e previsibilidade, ainda que estejam sujeitos à marcação a mercado.
Além disso, os ETFs IPCA+ permitem ganhos isentos de imposto de renda para pessoas físicas que os compram via previdência (PGBL ou VGBL), o que pode ampliar o retorno líquido. Outra vantagem importante está na liquidez: negociados em bolsa, os fundos podem ser comprados e vendidos a qualquer momento.
Por fim, com projeções do Copom indicando inflação em 4,9% neste ano e 3,6% em 2026, e o IPCA-15 mostrando aceleração recente, manter parte da carteira protegida contra a corrosão inflacionária parece cada vez mais necessário.