
- 90% dos 50+ sustentam a renda familiar, mas a maioria não tem previdência privada.
- Mulheres estão em desvantagem no conhecimento financeiro, aumentando vulnerabilidade.
- Especialistas recomendam organização, reserva de emergência e investimentos conservadores.
A chamada “geração prateada” ganha protagonismo no consumo e no mercado de trabalho, mas enfrenta grandes desafios financeiros. Embora 90% contribuam de alguma forma para a renda familiar, a maioria ainda não tem planejamento para a aposentadoria.
Segundo levantamento da Maturi e NOZ Inteligência, apenas 12,9% dos entrevistados se consideram avançados em finanças, enquanto quase metade admite ter pouco conhecimento. O dado reforça a urgência de programas de educação financeira para quem já sustenta pais e filhos ao mesmo tempo.
A geração sanduíche em números
Os maiores de 50 anos vivem o peso da dupla responsabilidade: ajudam pais idosos e apoiam filhos que ainda não se tornaram independentes. Essa condição, conhecida como “geração sanduíche”, consome parte da renda e limita a capacidade de poupar.
O estudo mostra que 71% não possuem previdência privada, enquanto 32,4% dos não aposentados nunca planejaram o futuro. Esse quadro torna o envelhecimento ainda mais desafiador, já que as despesas com saúde crescem nessa fase da vida.
Por outro lado, o grupo também tem potencial de consumo elevado, o que atrai atenção de empresas e do mercado financeiro. Portanto, trata-se de um público que pode impulsionar setores inteiros, desde que consiga se organizar financeiramente.
Mulheres ficam em desvantagem
Os dados revelam ainda uma diferença de gênero preocupante. Apenas 8,1% das mulheres dizem ter conhecimento financeiro avançado, contra 21,2% dos homens. Essa disparidade reflete trajetórias marcadas por menor renda e menos acesso a informações.
Além disso, estudos internacionais mostram que o peso da “geração sanduíche” recai principalmente sobre mulheres, que acabam acumulando responsabilidades de cuidado e orçamento doméstico. Como resultado, ficam ainda mais expostas ao risco de insuficiência financeira na maturidade.
Esse cenário reforça a necessidade de políticas públicas e de iniciativas privadas que ofereçam ferramentas de educação financeira direcionadas. Assim, o grupo 50+ poderia não apenas sustentar suas famílias, mas também investir no próprio futuro.
Por onde começar a mudar
Especialistas recomendam que, mesmo com renda apertada, os 50+ priorizem alguns passos básicos: revisar o orçamento, cortar gastos supérfluos, montar uma reserva de emergência e, só depois, iniciar investimentos.
Produtos como Tesouro Selic ou CDBs com liquidez diária são apontados como alternativas seguras para essa fase da vida. Além disso, planos de previdência privada e seguros de vida também entram como instrumentos estratégicos de proteção e herança.
O ponto central é que não existe idade limite para começar. Como reforçam os especialistas, a educação financeira não é apenas uma opção: é uma necessidade para quem deseja garantir estabilidade e tranquilidade na maturidade.