Surpresa

Moto dispara, carro despenca: novo levantamento da Serasa expõe virada no mercado de seguros

Em apenas 12 meses, procura por seguros de motos cresceu 13 pontos, enquanto a de carros perdeu força e caiu para 59% das cotações.

Crédito: Depositphotos.
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  • Seguros de motos saltaram de 28% para 41% das cotações em 12 meses, enquanto os de carros caíram de 72% para 59%.
  • Perfil dos motociclistas é mais jovem, solteiro e de renda menor, já os motoristas de carro são mais velhos, casados e de renda mais alta.
  • Sudeste concentra seguros de carros, enquanto o Nordeste lidera na busca por seguros de motos.

A procura por seguros de motocicletas disparou no Brasil. Segundo o Mapa de Seguros da Serasa, divulgado na última terça-feira (16), as cotações de motos saltaram de 28% para 41% em apenas 12 meses. No mesmo período, os carros caíram de 72% para 59%, revelando uma mudança significativa no comportamento do consumidor.

Especialistas apontam que a alta dos custos de manter um carro próprio, somada à praticidade das motos e ao avanço dos apps de transporte, explica essa guinada. Emir Zanatto, head de seguros da Serasa, resume: “A moto se consolidou como uma alternativa prática e acessível, tanto para deslocamento diário quanto para geração de renda”.

Perfil dos consumidores muda

A análise mostra que os interessados em seguros de carros são, em sua maioria, homens casados entre 36 e 55 anos, com renda mais elevada. Já os motociclistas que buscam proteção são, em grande parte, solteiros entre 26 e 45 anos, com renda menor e maior foco em mobilidade e independência.

Além disso, outra diferença relevante está na faixa salarial: motoristas de carro concentram-se entre R$ 3.037 e R$ 4.554 de renda mensal, enquanto os motociclistas estão majoritariamente na faixa entre R$ 1.519 e R$ 3.036.

Desse modo, apesar das diferenças, a saúde financeira é comum. Entre interessados em seguros, 74% dos motoristas de carros e 80% dos de motos não têm dívidas negativadas. Mais de 70% ainda possuem Serasa Score classificado como “bom” ou “excelente”.

Regiões e distribuição

O estudo também revela contrastes regionais. Os seguros de carros concentram-se no Sudeste, que representa 67,4% das cotações.

Já os seguros de motos têm maior peso no Nordeste, com 40,2% do total. Em seguida vêm Sudeste (32%), Norte (10,5%), Centro-Oeste (9,3%) e Sul (8%).

Portanto, essa diferença mostra não só questões econômicas, mas também culturais e de infraestrutura: em regiões com transporte público precário e maior adesão às motos, cresce a busca por proteção.

Setor em expansão

Mesmo com a pressão da Selic alta, o mercado de seguros segue em expansão, puxado pela maior preocupação do consumidor com proteção patrimonial.

Ademais, a procura por seguros de motos cresce cada vez mais. A moto virou não só meio de transporte, mas também uma importante ferramenta de trabalho e geração de renda.

“Manter bons hábitos financeiros e um score elevado são diferenciais importantes para conquistar condições melhores de crédito e de seguros”, destaca Zanatto.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.