
- A Taxa Selic influencia o custo de crédito e o rendimento de aplicações financeiras.
- Quando sobe, desestimula o consumo; quando cai, estimula a economia.
- Alterações na Selic afetam desde o cartão de crédito até os lucros das empresas.
A Taxa Selic, sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Estabelecida pelo Banco Central, ela influencia desde os juros do cartão até os rendimentos de investimentos de renda fixa.
Atualmente em 11,25%, a Selic é a principal ferramenta usada para controlar a inflação no país. Seu impacto, no entanto, vai além do combate à alta de preços. A taxa também afeta diretamente o custo dos financiamentos, empréstimos e até as decisões de empresas e investidores.
Como a Selic funciona na prática?
De forma resumida, a Selic representa o custo dos empréstimos de curtíssimo prazo entre bancos e o Banco Central, com garantia em títulos públicos federais. Esses empréstimos duram, geralmente, apenas um dia útil.
O valor da Selic serve como referência para todos os demais juros cobrados na economia. Assim, bancos e instituições financeiras ajustam suas taxas de crédito e financiamento a partir dela, o que afeta diretamente os consumidores e o mercado financeiro.
Portanto, sempre que a Selic é alterada, o custo do dinheiro também muda. Se a taxa sobe, o crédito tende a encarecer. Se cai, os empréstimos ficam mais acessíveis. Essa lógica é o que permite ao Banco Central controlar o ritmo da economia brasileira.
Por que a Taxa Selic é tão importante?
A decisão sobre a Selic é tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central. Quando a inflação está alta, o Copom pode elevar a Selic. Isso reduz o acesso ao crédito, diminui a demanda e contribui para a queda dos preços.
Por outro lado, em momentos de desaceleração econômica, como recessões ou crises, o Copom pode cortar a taxa. A medida estimula o consumo e os investimentos, ajudando a economia a ganhar tração.
Ou seja, a Selic funciona como um termômetro da política econômica brasileira. Ela é ajustada com o objetivo de manter a inflação dentro das metas estabelecidas pelo governo.
Quando a Taxa Selic sobe ou cai: o que muda para você?
O Banco Central explica que, ao alterar a Selic, o custo de captação dos bancos também muda. Assim, as taxas praticadas ao consumidor acompanham esse movimento, afetando diretamente seu bolso.
Veja os efeitos principais da Selic, segundo o próprio BC:
| Quando a Selic sobe | Quando a Selic cai |
|---|---|
| Os juros dos empréstimos, financiamentos e cartões de crédito sobem. Isso desestimula o consumo e ajuda a reduzir a inflação. | O crédito fica mais barato. Com juros menores, o consumo tende a aumentar, estimulando a economia. |
Esses reflexos atingem não só quem toma crédito, mas também quem investe, como você verá a seguir.
A Taxa Selic e os investimentos
Quem investe em renda fixa sente diretamente os efeitos da Selic. Quando a taxa está alta, aplicações como Tesouro Selic e CDBs pós-fixados oferecem rentabilidades maiores. Isso torna esses investimentos mais atrativos frente a outras opções.

Porém, quando a Selic está baixa, a rentabilidade da renda fixa diminui. Com isso, muitos investidores acabam migrando para opções como ações e fundos imobiliários, buscando retornos maiores — mesmo que com mais risco.
Além disso, empresas também são impactadas. Com a Selic alta, os custos de financiamento crescem, pressionando os lucros. Isso pode afetar os preços das ações dessas companhias, especialmente em setores mais dependentes de crédito.