
- Tarifa de 50% imposta pelos EUA e instabilidade interna reforçam pressão sobre inflação e câmbio.
- Selic elevada e desconfiança com o governo tornam a renda fixa a principal escolha de proteção.
- Investidores atentos estão aproveitando CDBs, LCIs, debêntures e FIDCs com retornos reais.
Em um país onde tudo parece oscilar, da política ao câmbio, o investidor que busca previsibilidade e segurança já escolheu seu caminho: a renda fixa voltou a brilhar no caos. Com inflação resistente, risco fiscal crescente e juros altos sem perspectiva de queda, não há espaço para romantizar apostas na Bolsa.
O estopim mais recente foi o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros. A medida escancarou a fragilidade externa do Brasil, impactou o câmbio e acelerou um processo que já vinha em curso: a fuga do risco e a valorização da proteção.
O impacto real das tarifas e do câmbio
A tarifa de Trump não afeta só os exportadores. Ao reduzir a competitividade do Brasil nos EUA, seu maior parceiro comercial, a medida diminui a entrada de dólares e pressiona o câmbio. O dólar sobe, e os preços de produtos importados acompanham.
Ademais, com isso a inflação se espalha: do trigo usado no pão francês ao diesel que abastece o transporte de cargas. Então, diante dessa realidade, o Banco Central se vê travado. Não pode cortar os juros sem colocar em risco o controle da inflação.
Ao mesmo tempo, o governo mantém um discurso expansionista. Com gastos em alta e reformas travadas, a pressão sobre o Tesouro aumenta. E o mercado precifica tudo isso, jogando as projeções de alívio para depois de 2026, quando a eleição presidencial pode mudar o rumo.
Bolsa fragilizada e confiança abalada
Nesse ambiente, a renda variável sofre. As empresas enfrentam custos maiores, margens menores e demanda retraída. Assim, o investidor estrangeiro, que já via o Brasil com cautela, agora vê um terreno instável e sem garantias. A Bolsa, por sua vez, patina sem fluxo e sem tração.
Além disso, a proximidade das eleições de 2026 reforça a incerteza. Historicamente, governos em ano pré-eleitoral aumentam os gastos, alimentando o populismo e desorganizando as contas. Foi assim em 2014 e em 2022. E não há sinal de que será diferente.
Por isso, esperar que a Bolsa entregue retornos consistentes agora é como vender uma casa em chamas, ninguém paga bem por um ativo que transmite risco sem retorno.
Renda fixa: o refúgio do investidor racional
Com a Selic mantida em 13,75% ou mais, os títulos pós-fixados oferecem rentabilidade real acima da inflação, algo raro em mercados emergentes. Além do Tesouro Direto, o investidor encontra CDBs com 13%, LCIs e LCAs isentas de IR, debêntures incentivadas e FIDCs com prêmios atrativos.
Sendo assim, não se trata apenas da taxa, é o contexto que define o valor da renda fixa agora. Logo, em um ambiente onde a dúvida reina, o investidor prudente ganha ao travar bons retornos com baixo risco e liquidez adequada.
Portanto quem já entendeu isso está colhendo frutos. Desse modo, enquanto parte do mercado ainda aposta em ralis da Bolsa ou torce por alguma reação de Brasília, o investidor inteligente já fez a lição de casa: diversificou, protegeu e rentabilizou com segurança.