Seguro digital

Você pode estar pagando mais caro no seguro por um motivo que já tem solução

Empresas como Youse, 88i e Azos estão usando inteligência artificial para personalizar apólices, combater fraudes e reduzir o custo do seguro.

Crédito: Depositphotos.
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  • Empresas como Youse usam IA para calcular preços com base no perfil individual do cliente.
  • Parcerias como a da 88i com a Uber permitem apólices por quilometragem rodada e ativação no app.
  • IA e cruzamento de dados ajudaram a evitar R$ 2 bilhões em fraudes apenas no 1º semestre de 2024.

A inteligência artificial está transformando o setor de seguros no Brasil e essa mudança pode colocar mais dinheiro no seu bolso. De automóveis a proteção de vida, as seguradoras apostam em dados e algoritmos para calcular preços mais justos e ampliar o acesso a milhões de brasileiros.

Mais do que uma revolução tecnológica, a nova abordagem também promete resolver um problema antigo do setor: a alta incidência de fraudes. Ao analisar padrões e cruzar informações em tempo real, as empresas conseguem identificar riscos com mais precisão, o que resulta em contratos sob medida, menos desperdício e maior inclusão.

Seguros mais acessíveis e personalizados

Hoje, apenas 3 em cada 10 carros que circulam no país possuem algum tipo de seguro. A baixa penetração desse serviço se deve, entre outros fatores, ao alto custo médio das apólices. No entanto, essa realidade começa a mudar com a adoção de modelos mais modernos de precificação.

A Youse, por exemplo, lançou uma nova forma de cálculo em parceria com a consultoria Milliman. O sistema combina dados de perfil do usuário, características do veículo e informações regionais para prever o risco de forma mais precisa. O objetivo é oferecer seguros mais adequados ao cotidiano dos motoristas.

Ademais, egundo João Valli, diretor de Produtos da Youse, o modelo permite campanhas promocionais e ajustes tarifários dinâmicos. A empresa pretende expandir a solução para outros canais de vendas, incluindo corretores e plataformas digitais parceiras.

Com isso, a expectativa é atingir consumidores que, até então, consideravam o seguro inacessível. A digitalização permite ainda que as ofertas sejam personalizadas de maneira mais eficiente, com preços e coberturas moldados sob medida.

Proteção sob demanda para motoristas de aplicativo

Outras empresas também enxergaram na tecnologia uma oportunidade para conquistar nichos ignorados pelas seguradoras tradicionais. A 88i, por exemplo, desenvolveu apólices específicas para motoristas e entregadores de aplicativo.

Sendo assim, em parceria com a Uber, oferece seguro por quilômetro rodado, com tarifas a partir de R$ 0,017 por km. O próprio motorista ativa ou desativa a proteção diretamente no app, pagando apenas pelo período em que estiver em serviço.

Além da cobertura contra acidentes, o plano inclui diárias por afastamento temporário. Assim, o profissional não perde toda sua renda caso precise parar de trabalhar por alguns dias. Empresas de entrega, por sua vez, contam com seguros que cobrem roubo e avarias de mercadorias.

Desse modo, a adesão tem sido expressiva: mais de 10 milhões de entregas já foram seguradas, e 80 mil motoristas utilizam a apólice mensalmente. Essa abordagem flexível mostra como a inovação pode quebrar barreiras históricas do setor.

Como a IA está ajudando a combater fraudes

O uso da inteligência artificial vai além da precificação. A tecnologia também tem papel fundamental no combate às fraudes, um dos principais fatores que encarecem os seguros no Brasil.

Além disso, de acordo com a CNseg, as seguradoras evitaram mais de R$ 2 bilhões em fraudes no primeiro semestre de 2024, aumento de 29% na comparação anual. No seguro de vida individual, 41% das tentativas ocorreram em menos de um ano após a contratação da apólice.

Ademais, a Azos, especializada nesse segmento, utiliza IA para analisar propostas em até 24 horas e emitir contratos automaticamente em cinco segundos. A empresa afirma que resolve 60% dos sinistros em até oito dias úteis.

Por fim, o CEO Rafael Cló afirma que a digitalização precisa vir acompanhada de inteligência analítica. Para ele, não basta olhar só o histórico do cliente: é essencial cruzar dados, entender comportamentos e identificar padrões de forma precisa.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.