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Criptomoedas

El Salvador enfrenta desafios com baixa adoção da população

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Em setembro de 2021, El Salvador fez história ao se tornar o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda de curso legal, sob a liderança do presidente Nayib Bukele. O objetivo era integrar a criptomoeda à economia do país, modernizando o sistema financeiro, atraindo investimentos estrangeiros e reduzindo a dependência do dólar americano. No entanto, mais de dois anos depois, o futuro do Bitcoin em El Salvador enfrenta grandes desafios, com a adesão da população se mostrando muito menor do que o governo esperava.

De acordo com uma pesquisa recente conduzida pela Universidad Francisco Gavidia, em San Salvador, 92% dos entrevistados afirmaram que não utilizam Bitcoin em suas transações diárias. Apenas 7,5% confirmaram que fazem uso da criptomoeda, revelando uma resistência significativa à adoção da moeda digital no dia a dia da população salvadorenha.

Esses números contrastam fortemente com o entusiasmo inicial de Bukele, que viu no Bitcoin uma solução para impulsionar a economia do país e modernizar suas finanças. A promessa era de que a criptomoeda poderia beneficiar a economia de El Salvador ao facilitar transações, atrair turistas e investidores ligados ao setor de criptomoedas, e diminuir as taxas de remessas internacionais, uma fonte importante de receita para o país.

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Adoção do Bitcoin: desafios e baixa aceitação

A baixa aceitação do Bitcoin entre os cidadãos de El Salvador expõe um problema maior: o desconhecimento e a falta de compreensão sobre como funcionam as criptomoedas. Embora o governo tenha lançado campanhas educacionais para tentar melhorar a compreensão da tecnologia, a complexidade do tema e a volatilidade do Bitcoin têm sido obstáculos difíceis de superar.

Apesar dos incentivos governamentais, como a criação da Chivo Wallet, um aplicativo desenvolvido para facilitar o uso do Bitcoin, muitos salvadorenhos continuam a preferir o dinheiro em espécie. A preferência por métodos tradicionais de pagamento reflete uma desconfiança em relação à nova moeda digital, que, para muitos, parece instável e arriscada.

Além disso, muitos cidadãos relatam dificuldades em usar o Bitcoin em suas transações diárias. A infraestrutura tecnológica necessária para o uso da criptomoeda não está amplamente disponível em todo o país, e a aceitação por parte dos comerciantes também tem sido lenta, com alguns relutando em adotar a moeda devido às flutuações de valor.

Críticas internacionais e o papel do FMI

O plano de El Salvador para adotar o Bitcoin também atraiu críticas severas de instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). O FMI alertou que o uso do Bitcoin como moeda oficial poderia comprometer a estabilidade financeira do país. A instituição destacou os riscos associados à alta volatilidade da criptomoeda e advertiu que a exposição da população a essa instabilidade poderia gerar incertezas econômicas e impactos negativos no crescimento de El Salvador.

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As preocupações do FMI também afetaram as relações financeiras globais de El Salvador, dificultando o acesso do país a fundos e acordos de assistência financeira. O FMI sugeriu que o governo reavaliasse sua estratégia de adoção do Bitcoin e explorasse alternativas mais estáveis para a população.

Além do FMI, outros especialistas financeiros criticam a falta de garantias claras para os cidadãos e a dependência crescente de um ativo que pode sofrer oscilações dramáticas de preço em curto período. O caso de El Salvador tem sido observado de perto por outros países e analistas do setor financeiro, com alguns prevendo que, se o plano fracassar, poderá servir como um exemplo de advertência para nações que consideram adotar criptomoedas em larga escala.

Visão de Bukele sobre o futuro do Bitcoin

Apesar das críticas e da baixa adesão, o presidente Nayib Bukele continua a defender a adoção do Bitcoin como uma parte essencial de sua visão para o futuro digital de El Salvador. Ele reconheceu recentemente que a adoção da criptomoeda não atingiu as expectativas iniciais, mas permanece confiante de que os benefícios de longo prazo superarão os desafios atuais.

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Bukele acredita que, com o tempo, o Bitcoin ajudará a impulsionar o desenvolvimento econômico de El Salvador e atrair novos investidores interessados em tecnologias baseadas em blockchain. O governo também tem explorado outras iniciativas para incentivar o uso do Bitcoin, como a criação de Bitcoin Bonds para financiar projetos de infraestrutura.

No entanto, para muitos salvadorenhos, o Bitcoin ainda é visto como uma tecnologia distante, mais associada a especulações de mercado do que a soluções práticas para o cotidiano.


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