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Diferente de outras figuras de grande relevância do meio da tecnologia e inovação, Elon Musk é conhecido por se posicionar de forma contundente em suas redes sociais e ainda é um dos poucos que, além de falar abertamente sobre criptomoedas, é declaradamente um entusiasta dos ativos digitais.
Ao observarmos seu histórico recente, suas declarações ganharam ainda mais peso, no mercado de criptomoedas, após a decisão da discriminação dos Bitcoins da Tesla em seu balanço patrimonial e a integração de Bitcoin como meio de pagamento para aquisições dos carros elétricos de sua montadora.
Em meio a esses e outros importantes movimentos de grandes players, que indicavam para o mercado financeiro tradicional a validação das criptomoedas como ativos promissores, 2021 foi o ano em que o Bitcoin atingiu e superou múltiplas vezes suas altas históricas.
Um empresário tão bem sucedido, que já atingiu o patamar de homem mais rico do mundo, reforçando os pontos positivos do Bitcoin em suas redes sociais, representou um impacto decisivo na cotação da principal criptomoeda durante todo o ano de 2021.
Outra criptomoeda bem vista pelo empresário é a Dogecoin. A mais antiga e mais difundida memecoin do mundo teve um salto de cotação acima dos 30% de valorização, porém, também apresentou um recuo de 20% na cotação e no momento encontra-se estável.
Mas afinal, o que as movimentações nas cotações do Bitcoin e no Dogecoin têm a ver com a compra de uma empresa?
Por ser uma personalidade de grande relevância e bastante ativa em redes sociais, existe a atenção de alguns investidores tradicionais e do mundo cripto. Todos observam de perto as manifestações de Musk.
No que diz respeito à DogeCoin, por possuir um menor market cap (valor total de mercado), trata-se de um ativo mais reativo a grandes entradas de capital, daí sua escalada de preço expressiva num primeiro momento.
No entanto, quem havia comprado foi, gradualmente, realizando seus lucros e como o que sustenta o preço de uma “memecoin” é o hype da comunidade, logo a cotação se estabilizou, perto de onde havia iniciado o movimento.
Pelo fato de o Bitcoin ter um maior valor total de mercado, para observarmos mudanças percentuais relevantes em sua cotação é necessário um fluxo muito maior de dinheiro, movimentação que aconteceu após as primeiras falas de Elon, no ano passado, sobre o investimento da Tesla no mercado cripto.
Na época, muitas pessoas que ainda não investiam em criptomoedas entraram neste mercado com bastante força. Por isso, quanto mais Elon Musk fala sobre Bitcoin, mais corriqueiro torna-se o discurso e menor é o impacto dessas declarações para a cotação da moeda.
Outro detalhe é o momento que o Bitcoin está vivendo atualmente, de definição: se vai superar as resistências de subida de preço, buscando romper o topo histórico atingido no ano passado ou se vai perder os suportes de preço nas faixas de 38k USD e 35k USD, seguindo com uma queda aos moldes de 2017, com o inverno cripto gerado pelo fracasso das ICO’s (Inicial Coin Offers).
Isso faz com que ele tenha uma maior inércia na faixa dos 40k USD e seja necessário uma força motriz de variação muito maior do que apenas um tweet.
No final das contas, o real impacto desta aquisição será percebido apenas nas próximas semanas e meses, quando poderemos observar os impactos reais do novo modelo de gestão do negócio que, até o momento, tende a ser muito mais “liberal”, adotando uma política mais permissiva, podendo catalisar o aumento do discurso de ódio e disseminação de fake news na rede social.
Criptomoeda “Elon Buys Twitter” (EBT) é mais nova memecoin
Em meio à enorme expectativa em torno da aquisição do Twitter por Musk, criadores de memecoins não perderam a chance de tentar lucrar com o buzz gerado pelo anúncio.
Na rede Binance Smart Chain surgiu o projeto de criptomoeda chamado “Elon Buys Twitter” que, em tradução livre, significa “Elon Compra Twitter”. O símbolo da memecoin é EBT e o projeto, que na realidade é uma grande piada, acabou sendo listado no CoinMarketCap e até a conclusão desta matéria estava na posição #4112.
Vale lembrar, aliás, que a relação do bilionário com as memecoins não é de hoje. Além de ser o maior divulgador da Dogecoin, dezenas de outros meme tokens criados em “homenagem” a Elon Musk estão listados em exchanges ou pelo menos listados em ferramentas populares do mercado. De Babydoge a Dogelon Mars, não há limite para a criatividade dos criadores de memecoins.
Autor: Pedro Gomes. Analista de Marketing no Zro Bank, formado em Administração pela UFPE, se dedica a aprender e ensinar sobre criptomoedas desde 2018. Nos últimos anos, desenvolve seu trabalho com foco em traduzir, para a linguagem do dia a dia, termos técnicos, jargões e gírias do mundo cripto, com o intuito de orientar consumidores e colaboradores da companhia.
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