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Mais de 60% dos executivos investem em relações públicas para fortalecer a reputação. Redes sociais são aliadas no processo.
A maioria dos executivos de empresas de inovação situadas no Brasil (63%) investe em relações públicas para melhorar a imagem de lideranças e fortalecer a reputação digital. A informação é da primeira edição da Pesquisa Nacional sobre o Impacto de Relações Públicas no Mercado de Inovação, que ouviu gestores de comunicação de grandes organizações, como Amazon, SoftBank, Samsung, Motorola, iFood e Loft.
O estudo destaca uma mudança de foco por parte das empresas, que têm direcionado, cada vez mais, a atenção para os líderes, em meio às crises reputacionais causadas por layoffs ou declarações polêmicas. A preocupação com a imagem e a credibilidade da corporação também foi observada pela informação de que 98% planejam aumentar ou manter os investimentos em estratégias de reputação corporativa.
O fundador e CCO da Motim, Silas Colombo, destaca a credibilidade como um diferencial competitivo em meio aos períodos turbulentos do mercado. Para ele, a falta de confiança nas marcas deve servir de alerta para os gestores de comunicação.
Ele também analisa a crescente pressão sobre os líderes para estabelecerem relações mais transparentes com o mercado, indo além da interação com investidores e equipes. Neste processo, as redes sociais têm ganhado destaque. “O LinkedIn, por exemplo, se tornou peça essencial para um processo de construção de comunidade em torno da narrativa contada pelos executivos, sempre conectada com a estratégia macro da marca”, declarou à imprensa.
Como melhorar a reputação da empresa?
Encontrar a voz da marca, identificar o perfil do cliente e conhecer o diferencial do produto estão entre as principais estratégias recomendadas para melhorar a reputação da empresa. Além disso, a seleção cuidadosa de plataformas de mídia e a geração de conteúdo significativo no ambiente digital também são considerados elementos fundamentais para o processo.
Investir no linkedin para empresas é uma das alternativas para estabelecer um canal de comunicação com funcionários e interessados. A plataforma não é vista apenas como opção para a divulgação de vagas, mas também para a construção de identidade e credibilidade no mercado.
O diretor de marketing da JobHome, Ricardo Galdino, ressalta, ainda, a importância de priorizar o cliente. Cultivar um relacionamento próximo, compreender suas preocupações, dúvidas e reclamações são formas de valorizar a experiência com a marca. “Parece até óbvio, mas tratar o cliente como prioridade é essencial para a empresa que pretende ter uma boa reputação”, afirma em artigo.
Funcionários influenciadores são tendência
Além da preocupação com a imagem das lideranças, as empresas têm recorrido aos chamados “funcionários influenciadores”. Organizações como Cisco Systems, Ericsson e United Airlines adotaram uma nova abordagem ao recrutar colaboradores que exercem esse papel no ambiente corporativo. À medida que o TikTok se torna a plataforma preferida da Geração Z, a estratégia é empregada com a intenção de proporcionar maior autenticidade à imagem da empresa.
De acordo com o site de empregos Zippia, 57% dos candidatos às vagas utilizam mídias sociais como ferramentas de busca. Por essa razão, especialistas em recrutamento veem a tendência de influenciadores internos como uma estratégia inteligente. A United Airlines criou uma equipe com cerca de 50 pessoas que exercem a função.
O cenário mostra como as organizações se apoiam na estratégia de social selling para conquistar uma maior conexão com potenciais clientes, através das redes sociais. Ao contrário da venda tradicional, o método prioriza a construção de interações mais profundas e destaca as marcas como fontes confiáveis para resolver problemas.
No entanto, a iniciativa traz o risco de os funcionários se sentirem sobrecarregados com o trabalho de relações públicas não remunerado ou expressarem críticas sobre questões internas. O fundador da empresa de publicidade de recrutamento HireClix, Neil Costa, pontua a necessidade de equilíbrio no novo contexto. Ele destaca a necessidade de redobrar a atenção em setores altamente regulamentados, como serviços financeiros e saúde, em que a confidencialidade e a conformidade devem ser priorizadas.
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