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A ENGIE Brasil Energia (EGIE3) divulgou nesta terça-feira os resultados financeiros referentes ao 3º trimestre de 2024. A Companhia registrou Ebitda ajustado de aproximadamente R$ 1,7 bilhão no 3T24, redução de 5,8% no comparativo com o mesmo período do ano passado. O lucro líquido ajustado do 3T24 foi de R$ 666 milhões, valor 28,2% abaixo do alcançado no 3T23.
Dentre os efeitos, destaca-se a venda parcial da participação na TAG e aumento em custos de material e serviços de terceiros, fatores atenuados pela redução dos custos com compra de energia elétrica para portfólio e resultado positivo nas operações no mercado de curto prazo.
A Companhia aportou R$ 1,9 bilhão em novos projetos no terceiro trimestre, chegando a R$ 7,5 bilhões investidos nos nove primeiros meses do ano. Os valores se destinaram, majoritariamente, à conclusão de obras em complexos eólicos e fotovoltaicos, além do valor comprometido para a aquisição de ativos fotovoltaicos realizada pela Companhia em fevereiro deste ano.
“Continuamos investindo em energia renovável e transmissão visando à execução da nossa estratégia de crescimento. Nosso negócio requer capital intensivo, com retornos a longo prazo, e é por isso que a nossa disciplina financeira é tão importante. Seguimos comprometidos com a transição energética, que é determinante para os cenários que se desenham hoje e no futuro, atendendo às necessidades de descarbonização das operações dos nossos clientes”, destaca Eduardo Sattamini, Diretor-Presidente da ENGIE Brasil Energia.
No 3T24, a receita operacional líquida foi de R$ 2,5 bilhões no 3T24, aumento de 0,9% frente ao mesmo período do ano anterior, com efeito positivo em razão do aumento do volume de vendas e das receitas de transmissão.
No final do 3T24, a ENGIE Brasil Energia contava com 9.290,2 MW de capacidade instalada própria, operando um parque gerador de 11 GW, composto de 109 usinas, sendo 11 hidrelétricas e 98 complementares — centrais a biomassa, PCHs, eólicas e solares —, das quais 105 pertencem integralmente à Companhia e quatro (as hidrelétricas Itá, Machadinho e Estreito e a usina de cogeração a biomassa Ibitiúva Bioenergética) são comercialmente exploradas por meio de parcerias com outras empresas.
Crescimento em geração renovável
Em agosto, o Conjunto Eólico Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte, foi finalizado, entrando 100% em operação comercial. Com 70 aerogeradores e capacidade instalada de 434 MW, este é o quinto Conjunto Eólico da ENGIE Brasil Energia em operação, somando cerca de 1,7 GW de potência instalada nesta fonte no país.
No mesmo mês, o início antecipado da operação comercial do Conjunto Eólico Serra do Assuruá, na Bahia, foi um marco na implantação de um dos maiores projetos de energia eólica já construídos em fase única pelo Grupo ENGIE no Brasil e no mundo. Composto por 24 parques eólicos em Gentio do Ouro, o empreendimento alcançou 80,4% do progresso da obra e tem conclusão prevista para o primeiro semestre de 2025, quando adicionará mais 846 MW de capacidade instalada ao parque gerador da Companhia.
Já a implantação do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol, no Rio Grande do Norte, atingiu 58% do avanço das obras. O empreendimento terá capacidade instalada de aproximadamente 752 MWac (895 MWp). A entrada em operação comercial da primeira unidade fotovoltaica está prevista para ocorrer no quarto trimestre de 2024 e a operação comercial integral é esperada para o quarto trimestre de 2025.
Investimentos em transmissão de energia
Ainda no 3T24, a Companhia arrematou o Lote 1 no Leilão de Transmissão Aneel 02/2024, com cerca de 780 quilômetros de extensão, a ser implantado nos estados de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. O Sistema de Transmissão Graúna, como foi nomeado, inclui ainda a continuidade na prestação de serviços de 162,6 quilômetros de linhas de transmissão e duas subestações já existentes.
O terceiro trimestre de 2024 também foi marcado pelo início das obras do Sistema de Transmissão Asa Branca, que percorrerá os estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, com um total aproximado de 1.000 quilômetros de linhas de transmissão, e que conta com a ampliação de cinco subestações associadas. Neste primeiro trecho de obras, com 334 quilômetros de extensão entre a subestação Morro Chapéu II e a subestação Poções III, que passam 19 municípios da região Centro Sul da Bahia, devem ser gerados cerca de 2000 empregos diretos. Além de Asa Branca e Graúna, a Companhia possui mais de 2.700 km de linhas de transmissão energizadas no Paraná, Pará e Tocantins.
“Estes projetos fortalecem o Sistema Interligado Nacional (SIN), evitando sobrecarga e subtensão nas linhas de transmissão existentes, e reforçando a interligação entre Nordeste e Sudeste para escoamento da energia das fontes renováveis”, explica Sattamini.
“Diante do recente cenário de curtailment, causado, entre outros aspectos, pelo desequilíbrio entre o crescimento motivado pelo excesso de subsídios à geração renovável e a falta de celeridade na expansão dos sistemas de transmissão, a aceleração da entrega dos projetos de transmissão de energia pelas empresas vencedoras dos leilões da Aneel é condição fundamental para retomar a estabilidade do setor elétrico”, finaliza Sattamini.
Evolução do Mercado Livre de Energia
No 3T24, a ENGIE Brasil Energia registrou aumento de 55,1% no total de consumidores livres com relação ao mesmo período do ano passado. A Companhia sustenta um market share de 7,5% na comparação ao total de energia livre.
“Trabalhamos com ofertas que simplificam o acesso ao Mercado Livre de Energia, além de produtos customizados de energia e descarbonização para clientes de todos os portes. Nossa garantia de entrega da energia contratada traz confiança e segurança para parcerias de longo prazo, o que tem nos garantido bons resultados diante de uma concorrência acirrada pela captura deste mercado”, destaca Sattamini.
O preço médio de venda de energia, líquido dos encargos sobre a receita e operações de trading, foi de R$ 215,96/MWh no terceiro trimestre, valor 3,6% inferior ao do 3T23, que foi de R$ 223,97/MWh. Desconsiderando o impacto dos ressarcimentos nos trimestres, o preço médio líquido de venda de energia passou de R$ 228,84/MWh no 3T23 para R$ 226,92/MWh no 3T24, redução de 0,8%.
A redução do preço entre os períodos foi motivada, majoritariamente, pela melhora no cenário hidrológico ocorrida nos últimos anos, combinada com o aumento de oferta de energias renováveis; e pelo acréscimo dos ressarcimentos anteriormente citados.
“A geração de energia do nosso portfólio alcançou patamar 13,8% superior ao mesmo período do ano passado, sendo que nas usinas complementares o aumento chegou a 43,1%, resultado da aquisição de conjuntos fotovoltaicos concluída em março de 2024 e do acréscimo da capacidade instalada própria com a entrada em operação de novos ativos, compensando o efeito de queda de preço observado entre os períodos”, explica Eduardo Takamori, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores.
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