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A Alliança Saúde e Participações S.A., uma empresa atuante no segmento de medicina diagnóstica no Brasil, recebeu uma notícia positiva da agência de classificação de risco Fitch Ratings. A agência anunciou a remoção da Observação Negativa e a afirmação do Rating Nacional de Longo Prazo ‘A(bra)’ da Alliança, ao mesmo tempo em que atribuiu uma Perspectiva Estável ao rating. Essa mudança na avaliação reflete um cenário otimista para a empresa após uma significativa injeção de capital.
O motivo principal para a melhoria na avaliação da Alliança foi a recente injeção de capital no valor de BRL 200 milhões, por meio de um adiantamento para futuro aumento de capital (AFAC), ocorrido em 22 de setembro. Além disso, a empresa também realizou uma captação de BRL 265 milhões em notas comerciais destinadas a rolagens de dívidas. Essas operações contribuíram significativamente para aliviar as pressões de liquidez que a Alliança vinha enfrentando e, ao mesmo tempo, para reduzir sua alavancagem.
No que diz respeito à liquidez, a Alliança encerrou o mês de junho de 2023 com um saldo de caixa de BRL 99 milhões e uma dívida total de BRL 1,1 bilhão. No entanto, uma parte significativa dessa dívida, cerca de BRL 300 milhões, estava prestes a vencer até o final de 2023, e aproximadamente BRL 150 milhões venceriam em 2024. Com a injeção de capital do AFAC e a captação de dívida, o caixa da empresa subiu para BRL 564 milhões, superando consideravelmente o montante de dívida a ser pago até o final de 2024, que totaliza BRL 450 milhões. A Fitch Ratings espera que a empresa tenha sucesso em futuras captações a curto prazo, a fim de estender o perfil de vencimento de sua dívida e manter uma adequada liquidez.
Vale destacar que essas transações ocorreram após a conclusão da oferta pública para aquisição de ações (OPA), que movimentou um total de BRL 2,3 bilhões por 93,3% do controle da Alliança. Esse controle foi compartilhado entre os fundos Fonte de Saúde Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, detentor de 62,6% de participação acionária, e a Lormont Participações S.A., com 30,7%.
No entanto, apesar da melhoria na avaliação da Alliança, a empresa ainda enfrenta desafios significativos no médio prazo. Um dos principais desafios é o fortalecimento de sua geração operacional de caixa e a recuperação de suas margens, buscando níveis mais próximos aos patamares históricos anteriores à pandemia de coronavírus.
No primeiro semestre de 2023, as margens de EBITDA da empresa alcançaram 11,6%, impulsionadas pelo crescimento do volume e do tíquete médio dos exames de ressonância magnética, que têm margens mais altas. A estratégia da Alliança de ampliar sua oferta de serviços de análises clínicas nas unidades de diagnóstico por imagem e internalizar o processamento desses exames visa melhorar as margens operacionais da empresa a médio prazo. A Fitch Ratings projeta que as margens de EBITDA se aproximem de 12% em 2023 e alcancem 15% em 2024, em comparação com 5,4% em 2022.
Além disso, a Alliança espera melhorar sua geração de fluxo de caixa a partir de 2024, com um EBITDA estimado em BRL 200 milhões nesse ano. A empresa também está adotando medidas para alongar seu ciclo de caixa junto a fornecedores e ajustar os reajustes de tabela, buscando maior eficiência financeira.
Em resumo, a Alliança Saúde e Participações S.A. recebeu uma avaliação positiva da Fitch Ratings devido à injeção de capital que melhorou sua liquidez e reduziu sua alavancagem. A perspectiva estável reflete a expectativa de que a empresa continuará a fortalecer sua geração de caixa e a manter um perfil financeiro mais conservador no médio prazo. A empresa enfrenta desafios, mas o cenário de demanda no setor de saúde continua sólido, o que pode sustentar seu crescimento no longo prazo.
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