- Neste domingo (6), mais de 6,7 milhões de eleitores de São Paulo compareceram às urnas para decidir a composição da nova Câmara Municipal
- A eleição trouxe resultados expressivos e apontou tendências políticas que devem moldar o cenário da capital paulista no futuro
- O grande destaque deste pleito foi o Partido dos Trabalhadores (PT), que manteve seu domínio ao eleger oito candidatos para o Palácio Anchieta
- Os cinco candidatos mais votados são estreantes, o que demonstra uma mudança no perfil dos representantes eleitos
Neste domingo (6), mais de 6,7 milhões de eleitores de São Paulo compareceram às urnas para decidir a composição da nova Câmara Municipal. Escolhendo os 55 vereadores que irão representar os interesses da cidade pelos próximos quatro anos. A eleição trouxe resultados expressivos e apontou tendências políticas que devem moldar o cenário da capital paulista no futuro.
O grande destaque deste pleito foi o Partido dos Trabalhadores (PT), que manteve seu domínio ao eleger oito candidatos para o Palácio Anchieta. Dessa forma, confirmando a força política da legenda na cidade. O PT garantiu a maior bancada, seguido de perto pelo PL, MDB e União Brasil, cada um com sete cadeiras.
A manutenção das “cadeiras petistas”, repetindo o desempenho de 2020, contrasta com o declínio significativo do PSDB. Visto que, não conseguiu eleger nenhum vereador. Vale lembrar que, no último pleito, o PSDB havia conquistado oito cadeiras, liderando ao lado do PT. Este revés evidencia a perda de espaço dos tucanos na capital, um reflexo da crise enfrentada pelo partido em nível nacional.
Além disso, a eleição deste ano foi marcada pela expressiva participação de novos nomes na política paulistana, refletindo um desejo de renovação entre o eleitorado.
Os cinco candidatos mais votados são estreantes, o que demonstra uma mudança no perfil dos representantes eleitos.
Candidaturas
O candidato mais votado foi Lucas Pavanato (PL), com 161,3 mil votos. Aos 26 anos, o jovem garantiu seu primeiro mandato com uma plataforma centrada na segurança pública. Um tema que ressoou fortemente com os eleitores. O apoio de lideranças como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o vereador Fernando Holiday, que optou por não disputar a reeleição, foi fundamental para sua vitória.
Ana Carolina Oliveira (Podemos) ficou em segundo lugar, com 129,5 mil votos. A bancária, que se tornou conhecida após a trágica morte de sua filha Isabella Nardoni em 2008, construiu uma campanha voltada para a defesa de vítimas de violência. Especialmente aquelas que “sofrem em silêncio”. Ana Carolina mobilizou um grande número de apoiadores, impulsionada por sua forte presença nas redes sociais, onde acumula mais de 1 milhão de seguidores no Instagram. O Podemos investiu significativamente em sua candidatura, destinando R$ 1,5 milhão para sua campanha.
O terceiro e o quarto lugares foram ocupados pelos candidatos do Progressistas (PP), Dr. Murilo Lima e Sargento Nantes, com 113,8 mil e 112,4 mil votos, respectivamente. Ambos também são novatos na política paulistana e obtiveram destaque com plataformas direcionadas a causas específicas. Lima focou na defesa dos direitos dos animais, enquanto Nantes centrou sua campanha na segurança pública. O apoio de figuras como Pablo Marçal (PRTB) foi decisivo para o sucesso de Nantes. Este, que possui um histórico de atuação na tropa de elite da Polícia Militar, as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota).
Pautas sociais
Amanda Paschoal (PSOL), ativista dos direitos LGBTQIA+ e ambientalista, foi a representante mais votada da esquerda paulistana, conquistando 108,6 mil votos. Apoiada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), Amanda é outra estreante no Legislativo e simboliza a continuidade da força progressista na cidade. Sua vitória reforça a presença de pautas sociais e ambientais na agenda política do município.
Com uma forte renovação na Câmara Municipal, o resultado destas eleições demonstra que São Paulo busca uma nova direção política, com rostos novos e pautas que refletem as preocupações contemporâneas dos eleitores. O cenário que se desenha para os próximos quatro anos promete ser marcado pela diversidade de ideias e pela disputa entre as forças tradicionais e emergentes da política paulistana.