- O BNDES anunciou o repasse de R$ 25 bilhões ao Tesouro Nacional para contribuir com o superávit primário e o arcabouço fiscal
- O banco registrou lucro de R$ 19 bilhões de janeiro a setembro, refletindo a recuperação econômica
- Com o repasse e impostos pagos, o BNDES totalizou R$ 38 bilhões em contribuições para a estabilidade fiscal do Brasil
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou nesta quinta-feira (15) que o banco repassará R$ 25 bilhões em dividendos ao Tesouro Nacional. O montante, que corresponde a 127% do lucro líquido da instituição, faz parte do esforço do BNDES para contribuir com o superávit primário do governo e fortalecer o arcabouço fiscal do país.
Em declarações após participar de um evento do G20 Social na zona portuária do Rio de Janeiro, Mercadante destacou que, além dos dividendos, o banco também pagará R$ 38 bilhões em impostos, o que inclui os R$ 25 bilhões de dividendos e um pequeno montante de subsídios de gestões anteriores. “É um volume de recursos extraordinário”, afirmou o presidente do BNDES, ressaltando a importância desse repasse para as finanças públicas em um momento de ajustes fiscais e recuperação econômica.
Recorde de Lucro e Compromisso com a Estabilidade Fiscal
Mercadante também informou que o BNDES registrou lucro de R$ 19 bilhões de janeiro a setembro de 2024, um desempenho considerado o terceiro melhor resultado do sistema financeiro. A gestão eficiente e a recuperação da economia brasileira impulsionaram o lucro, gerando um aumento na demanda por crédito e impulsionando as operações da instituição de fomento.
Esse desempenho financeiro reflete não apenas a saúde do BNDES, mas também o impacto das medidas adotadas pelo governo federal, que visam fortalecer a economia e aumentar a arrecadação do Tesouro Nacional. A decisão de repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro é uma demonstração clara do compromisso do banco com as metas fiscais estabelecidas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com o equilíbrio das contas públicas.
A transferência de recursos para o Tesouro Nacional é vista como uma maneira de ajudar o governo a cumprir a meta de superávit primário, crucial para o controle da dívida pública e a estabilidade fiscal. O superávit primário ocorre quando as receitas do governo superam as suas despesas, sem considerar os pagamentos de juros da dívida. O repasse do BNDES contribui diretamente para essa meta, oferecendo uma injeção significativa de recursos para as finanças do país.
Estratégia de Recuperação e o Arcabouço Fiscal
O repasse de R$ 25 bilhões também faz parte de uma estratégia mais ampla do governo para fortalecer o arcabouço fiscal do Brasil. Desde o início do governo Lula, o país tem adotado uma série de medidas para melhorar a disciplina fiscal e a sustentabilidade das contas públicas, ao mesmo tempo em que busca promover o crescimento econômico e reduzir as desigualdades sociais.
O presidente do BNDES reforçou que o banco tem se empenhado para garantir que os recursos gerados com a sua operação possam ser direcionados para o fortalecimento da economia nacional. Além do repasse de dividendos, o BNDES também tem desempenhado um papel ativo na realização de projetos de infraestrutura, financiamento de empresas e apoio a setores estratégicos da economia, o que é fundamental para o crescimento de médio e longo prazo.
“Este é um momento de superação da crise e de reconstrução da economia brasileira. O BNDES, como banco de fomento, tem a responsabilidade de contribuir com a recuperação econômica e com o equilíbrio fiscal, e é exatamente isso que estamos fazendo”, afirmou Mercadante.
A importância do BNDES no cenário econômico atual
O BNDES tem um papel central na economia brasileira, sendo uma das principais fontes de financiamento para projetos de infraestrutura, inovação e desenvolvimento de empresas. Nos últimos anos, o banco passou por um processo de reestruturação, com a diminuição de subsídios e o aumento da transparência em suas operações. A medida de repassar dividendos ao Tesouro Nacional reflete uma nova fase da instituição, alinhada com o foco do governo em garantir mais recursos para as finanças públicas e promover a estabilidade fiscal.
Esse repasse também é um sinal positivo para o mercado financeiro, que acompanha de perto as movimentações do BNDES e a gestão das contas públicas. A decisão de repassar uma parcela significativa dos lucros ao Tesouro Nacional reforça a confiança na política econômica do governo e pode contribuir para a redução dos custos com a dívida pública, ao mesmo tempo em que demonstra o comprometimento do banco com o cumprimento das metas fiscais.
O futuro do BNDES e os desafios fiscais
Embora o repasse de R$ 25 bilhões seja uma contribuição importante para o superávit primário, os desafios fiscais do Brasil ainda são grandes. O país continua enfrentando problemas estruturais, como a alta carga de juros da dívida pública, a inflação e a necessidade de maior crescimento econômico para garantir a geração de empregos e o aumento da renda da população.
No entanto, a ação do BNDES é vista como um passo importante para a recuperação das finanças públicas e para a estabilidade fiscal. O governo tem reforçado a importância de instituições como o BNDES na construção de um ambiente econômico favorável ao crescimento e à justiça social, e a destinação de recursos extraordinários como os R$ 25 bilhões ao Tesouro Nacional é uma medida concreta para alcançar esses objetivos.
Com a continuidade de uma gestão responsável e um esforço coordenado entre o BNDES e o governo, a expectativa é que o Brasil possa continuar avançando em direção a uma recuperação econômica sólida e sustentável, enfrentando os desafios fiscais e criando as condições necessárias para o desenvolvimento de longo prazo.