
Cartão de crédito é um problema? Pessoas usam seus cartões de crédito diariamente, muitas vezes com o pretexto de acumular pontos. Assim, esses pontos podem ser trocados por milhas aéreas ou recompensas, o que torna o uso ainda mais atrativo.
Um dilema diário
Vamos usar um caso fictício em que talvez você se identifique, usando o nome “Eduarda”.
Eduarda segue atentamente os conselhos dos defensores dos consumidores. No entanto, ela não carrega saldo mês a mês nem paga juros altos. Mesmo assim, admite que a facilidade de comprar pode ser uma armadilha.
Revistas estão empilhadas em seu apartamento, cobertas de poeira. Em outras palavras, ela só fez a assinatura por impulso, porque havia um “desconto imperdível”.
É isso que muita gente faz: gasta comprando online, atraída por promoções exclusivas e ofertas especiais para quem paga com cartão de crédito.
“Eu não pago por uma viagem aérea há anos”, diz Eduarda — o que pode até ser verdade. No entanto, diversas pesquisas econômicas e comportamentais mostram que consumidores tendem a gastar mais quando usam cartão do que quando pagam em dinheiro.
Milhas aéreas e pontos de recompensa estimulam gastos
Incentivos como pontos de recompensa e milhas ampliam a tentação. Bancos e empresas de serviços financeiros sabem disso — e vêm lucrando com esse comportamento há décadas.
“Quando o método de pagamento muda, as pessoas tendem a gastar mais”, disse Duncan Simester, professor de marketing do MIT, autor de um estudo clássico sobre o tema (2001). “Quando você não entrega fisicamente o dinheiro, a sensação de perda é menor.”
Essa dinâmica segue atual. Pesquisas recentes mostram que pagamentos digitais, como Apple Pay, Google Pay e carteiras virtuais, reduzem o “atrito” da compra — e quanto menos atrito existe, mais fácil é gastar.
“Basta observar uma cafeteria: quantas pessoas usam o celular para pagar um café?”, diz Simester.
Falando em cafés, cartões e pagamentos por aproximação também estimulam o gasto em produtos de maior valor, segundo o especialista Scott Bilker, fundador do site DebtSmart.com e autor de “Talk Your Way Out of Debt”.
“Pagar R$ 25 por um café pode parecer muito se você tiver só R$ 50 em espécie”, explica. “Mas se o seu cartão tiver limite de R$ 10 mil, isso parece pouco.”
Como não gastar tanto com o cartão de crédito?
De acordo com Greg McBride, analista financeiro-chefe do Bankrate, o segredo é tentar exercer a mesma disciplina que você teria pagando em dinheiro.
Pesquisas mostram que muitos consumidores não conseguem quitar totalmente a fatura mensal — e é aí que começam os juros altos e o endividamento. A melhor estratégia é evitar compras parceladas desnecessárias e sempre buscar cartões com menores taxas e juros.
Mas isso significa que devemos abandonar o cartão de crédito e guardar dinheiro embaixo do colchão? Claro que não.
Com uso responsável, os cartões oferecem vantagens — como segurança, programas de pontos e proteção de compras. A diferença está no controle: quanto mais consciência e planejamento, menor a chance de cair na tentação do “crédito fácil”.
Use planilhas ou aplicativos de orçamento (como Mobills, Orçamento Fácil ou outros do seu gosto) para acompanhar cada gasto e manter sua saúde financeira em dia.
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